Para o Facebook, é uma escolha
óbvia explorar a grande lealdade de seus usuários, e o meio bilhão
deles que têm celulares, como maneira de abrir o mercado móvel a
anunciantes de primeira linha. O problema é que existem motivos para
o sucesso limitado que a publicidade em aparelhos móveis obteve até
o momento, e nenhum deles foi completamente resolvido.
Mesmo que o Facebook encontre sucesso, outros interessados nesse
mercado potencialmente imenso podem continuar enfrentando problemas
para extrair lucros dele.
No começo da semana, o Facebook anunciou novas maneiras para que
empresas anunciem junto a seus usuários, o que inclui, pela primeira
vez, publicidade móvel. Os feeds de notícias de seus membros
passariam a incluir publicidade, como parte dos esforços da
companhia para estabelecer fontes regulares de receita, em sua
preparação para uma oferta pública inicial de ações.
A decisão pode ajudar a dar aos anunciantes acesso ao mercado de
telefonia móvel, há muito visto como subutilizado, mas é improvável
que resulte em abertura maior do mercado como um todo.
Apesar da demanda reprimida entre os anunciantes -e da vasta
discrepância entre o tempo de uso dos aparelhos móveis por seus
anunciantes e as verbas publicitárias dedicadas a essa forma de
mídia-, continuam a existir fortes barreiras à publicidade em
celulares.
O mercado móvel se provou quase impenetrável para os anunciantes,
exceto em anúncios vinculados a resultados de buscas do
Google, por uma série de razões, entre as quais as telas
pequenas, a falta de bons sites com formato adaptado aos aparelhos
móveis e a resistência à invasão comercial de um espaço visto como
mais privado que a tela de um computador.
Há muitas experiências em curso nas operadoras de telecomunicações,
agências de publicidade e produtoras de software, a fim de encontrar
caminhos para prover anúncios personalizados aos usuários com base
em sua localização, e para aproveitar o boom nas vendas de celulares
inteligentes, mas sem criar rejeição entre os usuários.
O Facebook pode se sair bem em um campo no qual outras empresas
fracassaram porque os anúncios surgirão em forma de notícias quando
um usuário tiver "curtido" uma marca ou comprado um produto via
Facebook, o que faria com que considerassem a mensagem mais como
recomendação pessoal do que como anúncio.
Gazeta do Povo