Cientistas alemães estão desenvolvendo uma prótese para as válvulas das
veias.
Ao contrário das válvulas cardíacas, que, quando dão defeito,
são rotineiramente substituídas por implantes, quando as válvulas das
veias dão problema, o único tratamento disponível é via medicação, nem
sempre com os resultados esperados.
Válvulas das veias
Se você não sabia que veias têm válvulas, basta se perguntar por que
é que o sangue não se acumula nas pernas, puxado pela gravidade.
Na verdade, às vezes ele se acumula, provocando edemas e até úlceras,
um mal que acomete duas vezes mais as mulheres dos que homens.
Para ajudar o coração, as veias possuem válvulas que se fecham após
cada pulsação.
Assim, nas veias das pernas, por exemplo, a válvula se fecha e evita
que o sangue que acaba de ser bombeado pelo coração desça novamente,
puxado pela gravidade.
No próximo batimento, ele sobe um pouco mais, parando na próxima
válvula, e assim por diante.
Implante para veias
O problema é quando as válvulas venosas deixam de funcionar, gerando
a chamada deficiência venosa crônica.
O Dr. Oliver Schwarz e seus colegas do Instituto Fraunhofer criaram o
primeiro protótipo de um implante que, depois dos testes clínicos
necessários, poderá se tornar uma alternativa definitiva para as "veias
fracas".
Imitar a membrana natural foi possível graças a um equipamento
inovador, um aspersor 3D, que permite a criação de estruturas plásticas
em formato livre.
É uma espécie de
impressão 3D mais avançada, uma vez que as camadas não precisam ser
aplicadas sobre uma base plana, permitindo criar estruturas extremamente
complexas e muito precisas.
"A tecnologia de distribuição de gotas 3D é uma técnica de
fabricação aditiva que permite que geometrias tridimensionais sejam
criadas camada por camada usando um polímero," resume o Dr. Schwarz.
Camadas sem costura
O polímero usado é o policarbonato-uretano (PCU), um plástico
particularmente forte, mas flexível, e que se liga facilmente aos
tecidos circundantes.
Como a impressão 3D de formato livre permite a criação de películas
muito finas, o material se mostrou o substituto ideal para as válvulas
das veias.
Isso depois que os engenheiros aprimoraram a "impressão", que, para
funcionar como as válvulas biológicas, precisa de nada menos do que seis
camadas com diferentes graus de elasticidade e dureza - e sem nenhuma
"costura", ou seja, com um material aparentemente homogêneo.
Quando aprovados pelas autoridades de saúde, os implantes venosos
poderão ser inseridos nas veias dos pacientes por catéteres.