Era pós-TuringEnquanto se comemora o centenário do
nascimento de Alan Turing, uma mulher se prepara para estabelecer um
mundo pós-Turing na ciência da computação.
O gênio da matemática Alan Turing estabeleceu os fundamentos da
computação digital nos anos 1930.
Agora, Hava Siegelmann, uma especialista em redes neurais, está
fazendo o trabalho de Turing dar seu próximo passo lógico.
Ela é autora de uma técnica já conhecida como Super-Turing, que ela
vem aprimorando desde 1993.
Hava está agora, com a ajuda de seu colega Jeremie Cabessa,
transferindo seus conceitos matemáticos para um sistema computacional
adaptável que aprende e evolui, usando dados do ambiente de forma muito
mais parecida com o que nossos cérebros fazem do que com o que os
computadores da era Turing fazem.
"Este modelo é inspirado no cérebro. É uma formulação matemática das
redes neurais do cérebro, com suas capacidades adaptativas," conta ela.
Renascimento da inteligência artificial
Os dois pesquisadores demonstraram que, quando o sistema é instalado
em um ambiente que forneça estímulos sensórios constantes - como o mundo
real - e quando todos os pares estímulo-resposta são levados em conta
pelo tempo de vida da máquina, o modelo Super-Turing produz um
repertório de comportamentos que cresce exponencialmente em relação ao
que é gerado por uma computação clássica do tipo Turing.
Isto, segundo os pesquisadores, é uma demonstração cabal de que o
modelo Super-Turing é superior para o aprendizado de máquina e para a
execução de tarefas similares às feitas pelos humanos.
Este pode ser o passo que faltava para reavivar o outrora promissor
campo da
inteligência artificial, que não tem rendido os frutos que se
esperava, tanto para a criação de programas de computador menos obtusos,
como para a criação de cérebros artificiais para
robôs.