Por Agência FAPESP
São Paulo - O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin,
assinou nesta quarta-feira (18), em cerimônia no Palácio dos
Bandeirantes, um projeto de lei para criação da Fundação Universidade
Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).
Com foco exclusivo em cursos superiores semipresenciais e a distância
gratuitos, a Fundação Univesp será a quarta universidade pública
estadual paulista, ao lado da Universidade de São Paulo (USP),
Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp).
O objetivo da universidade virtual será aumentar a oferta e a
distribuição de vagas no ensino superior paulista, que atendem cerca de
10% dos concluintes do ensino médio no estado e estão concentradas em
apenas alguns dos 645 municípios paulistas.
“Nós temos as três melhores universidades públicas, mas o acesso a elas
não é fácil. Com a Univesp, utilizaremos as tecnologias da informação e
comunicação para incluir mais estudantes e oferecer ensino a distância e
semipresencial de qualidade”, disse Alckmin durante o evento.
De acordo com o governador, a meta é que em menos de quatro anos a
Fundação Univesp atenda mais de 24 mil estudantes. Juntas, as três
universidades públicas paulistas possuem hoje mais de 170 mil alunos.
“A Univesp utilizará a linguagem do século 21, da tecnologia da
informação, para ampliar a formação universitária no Estado de São
Paulo”, disse Alckmin, que solicitou aos parlamentares presentes no
evento que acelerassem o mais rápido possível a aprovação da instituição
na Assembleia Legislativa do Estado.
Se aprovada, a Fundação Univesp será criada por um decreto do governador
do estado. Em seguida, deverá obter o reconhecimento do Conselho
Estadual de Educação e poderá credenciar novos cursos superiores junto
ao Ministério da Educação (MEC).
A ideia é que os cursos sejam propostos e realizados pela Fundação
Univesp ou em parceria com as universidades estaduais paulistas e o
Centro Paula Souza (CEETEPS), com os quais a universidade virtual já
vinha ministrando cursos de graduação desde que foi lançada, em 2008, na
forma de um programa de expansão do ensino superior no Estado de São
Paulo.
“A transformação da Univesp em fundação nos dará autonomia
didático-científica para realizarmos não somente cursos em parceria com
as instituições públicas de ensino superior paulistas, como também
propormos e criarmos cursos próprios levando em conta, por exemplo, as
áreas em que há maior carência de profissionais, como as de ciências e
linguagem, e as demandas de mercado”, disse Carlos Vogt, coordenador da
Univesp, à Agência FAPESP. Vogt foi reitor da Unicamp e é ex-presidente
da FAPESP.
Atualmente a Univesp oferece uma licenciatura em pedagogia, em parceria
com a Unesp, além de um curso de graduação em ciências e de
especialização em ética, valores e saúde na escola com a USP. Com a
institucionalização, a ideia é que a universidade virtual passe a
oferecer nos primeiros anos de operação cursos próprios de licenciatura
em língua portuguesa e matemática, além de bacharelados em sistemas para
comércio eletrônico e em segurança da informação.
A universidade virtual também deverá realizar um novo curso de graduação
em tecnologia em processos gerenciais em parceria com o CEETEPS. Além
disso, está planejando a criação de cursos de graduação em engenharia da
computação e de engenharia de produção em computação com a Unesp, de
especialização em formação de educadores para linguagem brasileira de
sinais com a Unicamp e de formação de professores de engenharia com a
Escola Politécnica (Poli) da USP.
Além de cursos de graduação e pós-graduação, a Fundação Univesp também
deverá desenvolver cursos de extensão acadêmica, como de inglês e
espanhol para agentes de serviços públicos, civis e militares.
“A ideia é que a Univesp atue em uma linha voltada para a educação
formal, com a realização de cursos de graduação e pós-graduação, e em
outra linha direcionada para o que estamos chamando de ‘educação para
cidadania’, promovendo cursos de capacitação, treinamento e atualização
que integram o conceito de educação continuada”, explicou Vogt.
A expectativa do dirigente é que em 2013 a universidade virtual já possa
oferecer seus próprios cursos, compostos por 60% de atividades a
distância e 40% presenciais e cujo processo seletivo será realizado por
meio de vestibular.
Além da autonomia didático-científica e orçamento próprio, estimado em
R$ 24 milhões para dar início às suas atividades, a institucionalização
da Univesp também permitirá à universidade virtual captar recursos de
outras fontes, como de agências de financiamento à pesquisa, para a
realização de projetos relacionados ao desenvolvimento de metodologias
baseadas no uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs).
“A Univesp poderá realizar, por exemplo, pesquisas relacionadas à
aplicação de TICs na educação com apoio da FAPESP”, exemplificou Paulo
Alexandre Barbosa, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia do Estado de São Paulo, a que a Univesp está vinculada.
A instituição deverá ter, no máximo, 40 docentes fixos, sendo 35
professores doutores e cinco titulares, e um quadro
técnico-administrativo composto por cerca de 90 funcionários.
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