Altas taxas de importação são o motivo principal
do paradoxo. Para empresas estrangeiras que não
fabricam tablets no país, vale pouco a pena
trazer produtos de fora.
"Para ser competitivo no Brasil, só
produzindo aqui", diz Jorge Aguiar, presidente
da Sony Mobile no Brasil.
Empresas menores, com pouco capital para
produzir localmente, acabam evitando o mercado
brasileiro.
"Como todos sabem, o Brasil tem leis e taxas
de importação muito estritas", diz Mike Hong,
gerente de vendas da Yifang Digital na América
do Sul, sobre a ausência no país de tablets da
empresa.
Um paralelo entre tablets recém-chegados
evidencia as vantagens de produzir no Brasil. O
Sony Tablet, feito no país, custa R$ 1.649; o HP
Slate 2, importado, sai por R$ 2.759. Nos EUA,
sob a atual cotação do dólar, o modelo da HP é
cerca de R$ 600 mais caro que o da Sony. No
Brasil, a diferença quase dobra.
PROCESSO LENTO
Mesmo os tablets que vêm ao país costumam
demorar a chegar. O Slate 2 e o Sony Tablet
foram lançados nos EUA no fim de 2011 e chegaram
ao Brasil só no mês passado.
"Tivemos que adaptar o produto ao país e
capacitar os fabricantes locais a produzi-lo",
diz Aguiar, justificando o hiato de oito meses
entre o lançamento do Sony Tablet nos EUA e no
Brasil.
Outra razão da demora é o processo de
certificação e homologação dos produtos, que
leva cerca de seis semanas. Só depois de passar
por esse crivo é que um tablet pode ser
comercializado no mercado brasileiro.