O ACTA pode ter acabado, mas a ideia de segmentar a
internet - ou parte dela - ainda não foi descartada.
Isso porque a Duma (câmara baixa do Parlamento russo)
aprovou nesta quarta-feira (11/07) o projeto de emendas
para a "Lei da Informação", que autoriza a filtragem de
sites da internet utilizando uma "lista negra" e o
bloqueio dessas páginas da web.
O projeto propõe que sites que incitam ao uso de drogas,
suicídio, material "extremista" ou qualquer outro
conteúdo considerado "ilegal" sob a lei russa poderão
ser inclusos na tal lista negra. Se depois de 24 horas
os responsáveis pelas páginas suspeitas não removerem o
materal ofensivo, o governo vai bloquear seu acesso para
os 145 milhões de habitantes do país.
Segundo a Agência EFE, dois gigantes da internet russa -
o site de busca "Yandex" e a rede social "VKontakte" -
se uniram aos protestos contra a lei, que procura
restringir o acesso às páginas que as autoridades
considerem impróprias para o público. Assim, o "Yandex"
modificou seu logotipo de "Encontre tudo" por outro no
qual a palavra "tudo" está riscada.
O primeiro-ministro da Rússia, Dimitry Medvedev, disse
que a internet deve ser "livre", mas alertou que precisa
ser regulada com base em algumas regras que a comunidade
global ainda não definiu. De acordo com o
CNET, o projeto de lei será assinado ainda
este ano pelo presidente russo Vladimir Putin.
A aprovação da lista negra acontece um dia depois que a
versão russa da enciclopédia digital Wikipedia
suspendeu o acesso à sua página, em
protesto contra emendas que "poderiam criar uma censura
global à margem da justiça na Rússia e também fechar a
seção russa" da ferramenta. A comunidade da Wikipedia,
junto com outros ativistas, alega que, sob pretexto da
luta contra a pornografia infantil e "outras coisas do
tipo", os autores do projeto, na realidade, desejam
criar um "firewall chinês", sistema de filtragem de
conteúdo "não desejado" pelas autoridades.
Olhar Digital