Questões comerciaisJá existem vários protótipos de TVs 3D
que dispensam os óculos especiais.
Por estranho que possa parecer, o maior entrave para que essas novas
tecnologias passem dos laboratórios para as lojas não é técnico, é
comercial.
Os estúdios e produtoras só há pouco começaram a migrar seus
equipamentos para criar conteúdos para a tecnologia 3D atual - com
óculos - e não estão muito inclinados a abrir mão desse investimento
para começar tudo de novo.
Sobretudo na desconfiança de uma ou outra tecnologia que ainda não se
firmou no mercado.
Telas autoestereoscópicas
Mas talvez esse problema possa ser contornado mais facilmente sem
mexer no bolso de ninguém.
Foi o que demonstraram engenheiros do Instituto Heinrich-Hertz, na
Alemanha.
Christian Riechert e seus colegas criaram um programa que consegue
converter, em tempo real, o conteúdo criado para as TVs 3D atuais para
que ele possa ser exibido nas novas telas autoestereoscópicas - que
dispensam os óculos.
Os filmes em 3D disponíveis atualmente em Blu-ray são baseados em
duas perspectivas diferentes, ou seja, em duas imagens, uma para cada
olho.
Entretanto, as
telas autoestereoscópicas precisam de cinco a 10 visualizações da
mesma cena. No futuro, esse número provavelmente será ainda maior.
Isto porque estas telas precisam apresentar uma imagem tridimensional
de tal maneira que ela possa ser vista com a mesma qualidade de ângulos
diferentes, qualquer que seja o lugar no sofá onde você está sentado.
Conversor de filmes 3D
"Nós pegamos as duas imagens e geramos um mapa de profundidade, ou
seja, um mapa que atribui uma determinada distância da câmera para cada
objeto," explica Riechert.
"A partir daí, calculamos todos os pontos de vista intermediários
aplicando técnicas de renderização. E aqui está a coisa verdadeiramente
interessante: o processo funciona de forma totalmente automatizada, e em
tempo real," completou.
É como uma tradução simultânea: o usuário insere seu Blu-ray 3D comum
no aparelho, senta-se e pode desfrutar de todos os benefícios da última
tecnologia 3D, sem precisar esperar uma nova versão do filme.
Os pesquisadores já terminaram o software que faz a conversão dos
dados. Agora eles estão trabalhando em colaboração com parceiros da
indústria para inserir o programa em um hardware específico, de modo que
ele possa ser integrado nos televisores.