Em setembro de 2011, Larry Page fez seu papel de CEO e, durante a conferência
financeira anual do Google, anunciou que uma série de produtos seriam
descontinuados. Os empregos seriam mantidos, mas usuários ficariam órfãos.
A justificativa é que diminuindo a quantidade de serviços, a companhia poderia
dar mais foco ao que restasse - algo feito por Steve Jobs há anos com a Apple,
que hoje mantém poucos tipos de produtos, todos top de linha.
A vítima recente de maior destaque no "facão" do
Google é o Reader, que sairá do ar em 1º de julho deste ano,
conforme noticiamos aqui no Olhar Digital. Mas antes dele
houve mais baixas, de produtos e serviços que ou acabaram de vez ou foram unidos
a outros. Ao todo, 70 já foram atingidos.
Alguns cortes fizeram bastante sentido. O Desktop, por exemplo, era um gadget
para Windows que levava pesquisa e outros recursos à tela inicial, mas todas
essas funções estão diretamente ligadas ao navegador (e é mais fácil efetuá-las
por lá). O Image Labeler, uma espécie de game pelo qual se buscava e rotulava
imagens da web, também perdeu a razão de ser e hoje existem centenas de jogos
nas lojas do Google.
Dentre os que foram incorporados estão ainda o Fast Flip, criado para melhorar a
experiência de navegação entre conteúdo de leitura e que foi engolido por outros
produtos, e o Bloco de Notas, que se tornou inútil, pois duplicava a função do
Docs. Algo parecido ocorreu ao Cloud Connect, plugin com o qual se podia salvar
arquivos do Microsoft Office no Drive - hoje, basta instalar o Drive no desktop
e ele faz a mesma coisa.
Na área mobile, talvez a maior perda seja para donos de aparelhos da BlackBerry,
que não contarão mais com o aplicativo do Voice. A partir da próxima semana,
quem quiser terá de usar o recurso por um app em HTML5.
Várias plataformas voltadas a desenvolvedores também saíram de cena, sejam em
termos de codificação ou de API, entre elas: Apps Script, CalDAV, Building Maker,
a API de buscas para o Shopping e a do Maps para Flash.
Mais criações do
Google devem passar pelo facão neste ano, ainda mais porque muita coisa tem
sido incorporada ao G+. Mas provavelmente nenhuma baixa causará tanto impacto
direto a usuários finais quanto a do Reader. Resta esperar para saber quais
serão os próximos atingidos... algum palpite?
Olhar Digital