O termo "circuito impresso" nunca foi tão literal.
A diferença é que não é mais necessário começar o trabalho com uma "placa" rígida para depositar o circuito impresso: os circuitos agora podem ser construídos em plásticos, folhas flexíveis de alumínio e até em papel.
Isto porque pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, simplificaram drasticamente o processo de imprimir circuitos eletrônicos flexíveis.
Eles adaptaram o mesmo processo usado para imprimir desenhos em camisetas, a serigrafia, para criar camadas de transistores, resistores e capacitores, os componentes necessários para construir os circuitos eletrônicos.
"Isto significa que poderemos ter produtos mais inteligentes, como uma embalagem que lhe diz exatamente quando o produto passou da validade, um curativo que lhe avisa quando é necessário substitui-lo e bandagens inteligentes capazes de monitorar sinais vitais, como os batimentos do coração," disse o professor Joseph Chang.
Fabricação aditiva
A grande vantagem da técnica é que ela é aditiva, com os componentes sendo impressos em camadas - como as tintas de várias cores são aplicadas por diversas telas na serigrafia. Isto dispensa os produtos químicos corrosivos usados pela eletrônica convencional.
A equipe já demonstrou sua "serigrafia eletrônica" criando um conversor digital-analógico de 4 bits - um componente usado para converter sons digitais para os fones de ouvido e alto-falantes - e uma etiqueta RFID, um minúsculo aparelho de rádio para identificar produtos.
"Nós não estamos competindo com os processadores estado da arte, como os encontrados em smartphones e computadores. Em vez disso, podemos complementá-los com circuitos impressos baratos que custam poucos centavos, em vez de alguns dólares, tornando os eletrônicos descartáveis uma realidade," concluiu Chang.
A equipe já está criando uma empresa para começar a prestar serviços de "impressão eletrônica" - literalmente.
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