Philips
aposta em novos eletrônicos
A Philips prevê recuperação
de 12% em seu estagnado mercado
de semicondutores, estimulada em
parte pelos gravadores de DVDs
que se tornarão centrais de
entretenimento doméstico,
disseram hoje executivos do
grupo.
A terceira maior fabricante
de chips da Europa, que ficou
para trás da rival
franco-italiana
STMicroelectronics nos últimos
anos, tem por objetivo
aproveitar a próxima onda de
produtos de sucesso, como
televisores de tela plana,
gravadores de DVD e telefones
multimídia.
Theo Claasen, vice-presidente
de estratégia da Philips
Semiconductors, acredita que
esses produtos estimularão o
mercado de chips, atualmente
estagnado em US$ 150 bilhões em
vendas ao ano.
"Não voltaremos ao período
de crescimento anual de 16% ,
mas o mercado crescerá entre
10% e 12% ao ano", disse
ele à Reuters em entrevista.
Claasen disse que é difícil
estimar quando começará a
recuperação.
A Philips, que ocupa a 10ª
posição mundial entre os
fabricantes de chips, ante o
quarto posto da ST, perdeu em
parte a explosão dos mercados
de telefonia celular, set-top
boxes para televisão e DVD
players dos anos 90. Em lugar
disso, ela se concentrou em
fornecer chips à Ericsson, uma
fabricante de celulares que
crescia apenas lentamente, e em
produzir chips para televisores
convencionais, ignorando os
processadores de memória flash
para aparelhos móveis.
"Tínhamos a Ericsson, a
ST e a Nokia. Perdemos no
mercado de set-top boxes para
televisores e no de DVD players.
Mas estamos entrando em uma
segunda fase agora, e dessa vez
começamos em tempo", disse
Claasen.
Uma nova linha de aparelhos
está pronta para chegar ao
mercado, e a Philips acredita
que eles não apenas substituirão
os DVD players e os set-top
boxes, mas que se tornarão
centrais de entretenimento para
as residências.
No já antigo debate sobre a
"casa do futuro", a
Philips ajustou sua posição.
No caso da TV, ela acredita que
o gravador de DVD conectará a
maior parte dos sistemas de
entretenimento de uma casa, do
som às câmeras digitais e MP3
players.
Embora um computador pessoal
possa fazer o mesmo, ou mais, os
chipsets multimídia para
gravadores de DVD, TVs e
celulares custam entre US$ 20 e
US$ 40, muito menos que os
onipotentes microprocessadores
dos computadores, que têm preços
de até US$ 500.
E apesar de um processador de
gráficos para videogames ser
muito mais rápido, os chips
multimídia são mais versáteis.
Estes chips, que a Philips
batizou de Nexperia, podem
alterar entre tarefas como gravação
automática de programas de TV,
gravação de músicas da Web ou
armazenagem de imagens de uma câmera
por meio de uma rede doméstica
com ou sem fio.
No mercado de gravadores de
DVD, a Philips está determinada
a não repetir o erro dos anos
de 1990. Nessa época a
companhia ajudou a inventar o
DVD, contribuindo com um grande
número de patentes e produzindo
milhões de competidores, e
acabou perdendo a batalha sobre
os chips desses aparelhos.
Reuters
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