O flash das máquinas fotográficas danifica as obras de arte?


Sílvia Antunes, Juiz de Fora, MG

Lenda de museu

Toda fonte de luz, natural ou artificial, contribui para a degradação dos objetos. Materiais orgânicos, como papéis e telas, são mais suscetíveis à ação da luz do que os inorgânicos, como pedra e cerâmica. A radiação infra-vermelha, por exemplo, pode alterar os níveis de umidade dos materiais, provocando contração e dilatação dos objetos. A radiação ultravioleta, mais danosa, desintegra a estrutura dos materiais orgânicos e pode causar descoloração, amarelamento. Assim, mesmo a iluminação do ambiente, se não for controlada, oferece riscos.

A alegada ação danificadora do flash sobre as pinturas, no entanto, é apenas uma saída dos museus para evitar excessos. Especialistas em restauração afirmam que a incidência dessa luz é inofensiva para o pigmento e que não existem evidências de riscos excepcionais sobre objetos pictóricos, como havia sido sugerido no passado, em comparação à degradação normal sofrida pelos materiais expostos em um ambiente com controle de iluminação entre 80 e 200 lux (unidade de medida de iluminação do sistema internacional).

Fontes: Carlos Rielli, perito restaurador, e Regina Rocha, museóloga do Instituto Itaú Cultural

 

 

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