EUA
afastam concorrência para telefonia no Iraque
A autoridade iraquiana liderada pelos Estados Unidos proibiu empresas
estatais de participarem da concorrência pela aquisição de licenças
para telefonia móvel no Iraque, uma medida que segundo os críticos dará
às companhias norte-americanas vantagem em relação a grupos árabes,
onde é comun a participação estatal.
A Coalition Provisional
Authority (CPA), liderada pelos Estados Unidos, realizou na quinta-feira
uma conferência sobre a concorrência, em Amã, Jordânia, para três
licenças de operação de sistemas de telefonia móvel no Iraque,
potencialmente os mais lucrativos contratos iraquianos em oferta.
"Nenhum governo pode
direta ou indiretamente controlar mais de cinco por cento de qualquer
empresa participante da concorrência ou membro de um consórcio
participante," informam documentos sobre a concorrência disponíveis
no site da CPA.
A decisão pode impedir
que empresas árabes como a Batelco, que durante algum tempo, depois da
guerra, ofereceu serviços de telefonia móvel em Bagdá e é controlada
parcialmente pelo governo de Bahrain, participem da concorrência. É
comum que governos árabes detenham participações em empresas de
telefonia em seus países.
"Aparentemente,
nenhuma empresa do Oriente Médio poderá participar da concorrência,
nessas condições," disse Rashid al-Snan, gerente geral de operações
da Batelco, à Reuters. "Estou seguro de que diversas empresas se
oporão a isso."
Sob o governo derrubado
de Saddam Hussein, os celulares eram proibidos, mas apareceram
inesperadamente em Bagdá na semana passada, deliciando os usuários de
telefonia móvel.
Os celulares
convencionais rapidamente substituíram os dispendiosos telefones via satélite
como meio principal de comunicação com o exterior, pelo menos para os
jornalistas e empresários estrangeiros. Poucos iraquianos dispõem de
aparelhos adequados.
A pesada pressão dos
Estados Unidos fez com que a Batelco desativasse sua rede de cinco milhões
de dólares em Bagdá apenas cinco dias depois de iniciar o serviço,
pondo fim à primeira experiência da capital iraquiana com a telefonia móvel.
Reuters
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