Luva traduz linguagem de sinais em palavras

Wellington Otto Bahnemann

Um pesquisador da George Washington University desenvolveu uma luva eletrônica que é capaz de traduzir os gestos da American Sign Language (língua de sinais americanos) em palavras faladas ou texto escrito. A invenção irá beneficiar mudos ou surdos que possuem dificuldades de se expressar (como os natissurdos).

A nova invenção foi cunhada de AcceleGlove. O equipamento traduz os movimentos da mão e os transforma em letras do alfabeto ou em algumas palavras e frases da linguagem de sinais. O autor da novidade é o mexicano Jose Hernandez-Rebollar, doutorando da School of Engineering and Applied Science (SEAS) da GWU. A luva eletrônica é o seu projeto de doutorando.

De acordo National Campaign for Hearing Health, mais de 28 milhões de pessoas possuem problemas de audição. Outro ponto que ressalta a importância da luva é o fato de que somente 2 milhões de pessoas nos EUA utilizam o ASL para se comunicar, o que, mesmo assim, a torna a quarta língua mais utilizada do país, de acordo com pesquisa do Gallaudet Research Institute.

O AcceleGlove funciona da seguinte maneira: uma pessoa coloca a luva eletrônica na mão. Então começa a realizar movimentos com os dedos e a mão, que serão captados por sensores e transformados em sinais. O que foi obtido é analisado por um micro-controlador, que irá determinar a trajetória produzida.

Feito isso, os dados são transportados para o computador para serem analisados. A posição dos dedos e a trajetória da mão serão, através dos algoritmos desenvolvidos por Hernandez-Rebollar, detectados e classificados. Quando isso ocorre, a voz computadorizada irá pronunciar a palavra, ou ela será digitada na tela do computador.

Hernandez-Rebollar acredita que a luva eletrônica possa também ser utilizada para finalidades militares. As Forças Armadas, atualmente, desenvolve uma tecnologia parecida para comunicação entre as unidades de combate. O pesquisador acredita que a sua invenção é mais eficaz porque também é capaz de traduzir em palavras faladas e em sentenças simples os movimentos mais complexos de mãos e braços.

Uma exigência das Forças Armadas é que o dispositivo possua um transmissor de sinais via wireless. Hernandez-Rebollar afirma que isto é possível no AcceleGlove. Outra finalidade seria de traduzir o ASL para outras línguas.

No atual estágio do projeto, a luva eletrônica só reconhece 173 palavras e algumas expressões. Isso não será um problema, já que novos sinais podem ser adicionados sem que alteração alguma enha que ser realizada. A probabilidade para palavras consideradas fáceis é 95%. Mas para aquelas que são consideradas difíceis (os movimentos iniciais podem ser parecidos, por exemplo), a taxa cai para 60-70%.

O pesquisador acredita que ano vem a luva poderá ser produzida e comercializada. Como para realizar todas as expressões e palavras no ASL é necessário utilizar as duas mãos, Hernandez-Rebollar acredita que em 2005 a luva esquerda já esteja disponível. Por enquanto, o doutorando trabalha para diminuir o tamanho e o peso do dispositivo.

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