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Chip promete dobrar velocidade
de redes
da Folha de S.Paulo
A Airgo Networks, uma empresa do Vale do Silício, na Califórnia, revelou uma
tecnologia que poderá representar uma revolução na transmissão de dados,
melhorando a velocidade, o alcance e a confiabilidade dos aparelhos sem fios.
Os engenheiros da Airgo (www.airgonetworks.com),
que conta com 150 funcionários e tem entre seus fundadores pessoas que
trabalharam na criação dos produtos sem fios da Apple e da Intel, estão
liderando o desenvolvimento de uma tecnologia conhecida como Mimo --sigla em
inglês para "entradas e saídas múltiplas" (Multiple Input Multiple
Output). O sistema permite que sinais digitais sejam transmitidos
simultaneamente por até três antenas, o que melhora a qualidade da recepção.
Como consequência, o chip da Airgo permitiria transmitir dados a até 108 Mbps
(milhões de bits por segundo), o dobro da velocidade atual do Wi-Fi. Além
disso, o alcance dos aparelhos sem fios seria estendido de 200% a 400%.
A Airgo pretende que seus chips sejam empregados em aparelhos compatíveis com o
padrão 802.11 (Wi-Fi), que é a principal tendência do setor de informática
desde que a Intel começou, em março, a incluir conexões sem fios (tecnologia
Centrino) em computadores portáteis.
Atualmente, mais de 60 companhias fabricam chips para comunicações sem fios
--inclusive várias das principais empresas de alta tecnologia--, mas a margem
de lucro é pequena, pois há pouca diferenciação entre os produtos que estão
no mercado.
A tecnologia da Airgo também pode ser usada para a recepção de sinais de TV
de alta definição em residências e para melhorar o funcionamento de telefones
sem fios.
Em uma entrevista, Greg Raleigh, que é o diretor da Airgo, disse ter fechado um
contrato com uma companhia de Taiwan para incluir o novo chip em produtos de
transmissão sem fios que seriam lançados (nos EUA) até o final do ano.
Raleigh também insinuou que a Airgo teria feito acordos com grandes fabricantes
de computadores, equipamentos de rede e pelo menos uma multinacional de produtos
eletrônicos, mas não revelou os nomes de seus supostos parceiros comerciais.
"Nós sabemos que vamos conquistar uma parcela do mercado. A questão é o
tamanho dela", disse Raleigh. "Será 5%, 15% ou 60%?",
acrescentou.
Sistema usaria antenas comuns
Segundo a Airgo, o novo chip de transmissão, que se chama AGN100, não exige
antenas especiais e é compatível com os atuais padrões de comunicação sem
fios (Wi-Fi dos tipos 802.11a, b e g).
Procurada pela Folha, a Airgo exibiu os resultados de testes que apontam grande
superioridade do seu chip: enquanto o AGN100 alcançou velocidade mínima de
73,8 Mbps ao ser ligado na sala de uma casa, chips das marcas Atheros (padrão
802.11a) e Broadcom (802.11g), que já estão no mercado, foram muito mais
lentos: 23,1 Mbps e 8,9 Mbps, respectivamente.
Enquanto o AGN100 não chega ao mercado, é impossível comprovar, por meio de
testes independentes, as alegações feitas pela empresa. Além disso, mesmo o
novo chip nem sempre alcança a velocidade máxima prometida.
Em outro cômodo da mesma casa, ele apresentou taxa mínima de 29,8 Mbps. Outra
questão em aberto é o consumo de energia, importante em aparelhos portáteis.
A Airgo disse que o AGN100 tem consumo similar ao dos chips Wi-Fi atuais, mas não
apresentou números. Segundo a empresa, o AGN100 tende a economizar energia,
pois como ele completa tarefas mais depressa, pode ficar desligado por mais
tempo.
Com Reuters
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