Cartão de memória de plástico custa menos e tem mais
capacidade
da Folha Online
Engenheiros da Princeton University (EUA) e dos laboratórios de
pesquisas da HP desenvolveram um dispositivo de memória a partir
de plástico condutor e silício. A combinação dos materiais
resultou em um cartão de memória barato e supercompacto, mais rápido
e simples de usar do que os tradicionais CDs.
Os especialistas detalharam a invenção na edição desta
quinta-feira (13) da Nature (www.nature.com).
Eles explicam que a mídia pode ter medidas muito pequenas porque
não implica no uso de partes móveis para a sua leitura, como o
laser e drive exigidos pelo CD.
Stephen Forrest, professor de engenharia elétrica da Princeton
University, disse que a criação se trata de algo híbrido.
"Produzimos um dispositivo orgânico (o polímero de plástico)
e ao mesmo tempo inorgânico (uma fina camada de silício)",
contou.
O novo equipamento funciona como um CD na hora de gravar os dados.
Até mesmo porque a gravação dos dados envolve mudanças físicas
permanentes --e pode ser feita apenas uma vez. No entanto, ele
também se pareceria com um chip de memória convencional, pois
pode ser conectado diretamente a um circuito eletrônico e não se
movimenta.
O dispositivo pode ser produzido a um custo tão baixo que não é
prejuízo usa-lo apenas uma vez, diz Forrest.
Os circuitos de memória são tão pequenos que, de acordo com os
testes feitos pelos engenheiros, conseguem armazenar 1 megabit de
dados em um dispositivo de 1 mm2, com a espessura de
uma folha de papel. Se usar os circuitos montados em bloco --um
sobre o outro-- o dispositivo é capaz de gravar mais de 1 GByte
--ou cerca de mil imagens de alta definição, num espaço de 1 cm
3 (algo semelhante à medida da ponta de um dedo).
Forrest diz que transformar a invenção em um produto comercial
exige mais trabalho --envolve a criação de um processo de produção
em larga escala, além de testes de compatibilidade com os eletrônicos
existentes atualmente no mercado. Segundo o engenheiro, isso
levaria cerca de cinco anos.
Sven Möller, Craig Perlov, Warren Jackson e Carl Taussig,
cientistas do HP Labs, também assinam a criação.