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Químicos
produzem bola feita de átomos
The New York Times
Kenneth Chang
Há séculos na China, praticamente qualquer entalhador de
marfim que prezasse seu ofício produzia o que às vezes é
conhecida como bola misteriosa, um conjunto de esferas dentro de
esferas entalhadas meticulosamente a partir de um único pedaço de
marfim. Elas adornavam vasos e outros itens decorativos e,
particularmente no século 19, foram incorporadas em peças de
xadrez.
Os pesquisadores da Faculdade Nacional de Engenharia em Caen, França,
produziram uma espécie de bola misteriosa própria, porém em uma
escala extremamente pequena. Eles sintetizaram uma esfera de moléculas
de óxido de alumínio, com outras estruturas em forma de jaula de
bismuto, estrôncio e oxigênio em várias combinações inseridas
em seu interior.
A esfera externa consiste de um tetraedro de óxido de alumínio
agrupado em um padrão de hexágonos e pentágonos. Para os fãs de
R. Buckminster Fuller, isto pode soar familiar. Seus domos geodésicos
e esferas consistiam de hexágonos e pentágonos.
De fato, disseram os pesquisadores na revista "Nature Materials",
suas esferas lembram as esferas geodésicas de átomos de carbono
que são conhecidas, em homenagem a Fuller, de fullerenos. A equipe
francesa chama suas novas estruturas de óxidos fullerenóides.
As moléculas de óxido de alumínio são arranjadas de tal forma
que na verdade formam duas camadas distintas, uma externa de 84 átomos
de alumínio e outra, no interior desta, de 126 átomos de oxigênio.
Mas há outras quatro estruturas dentro desta, com a mais interna
sendo um tetraedro truncado de 12 átomos de oxigênio.
Os pesquisadores sugeriram que estruturas como estas poderão
eventualmente ser úteis como peneiras moleculares, catálises ou
outras aplicações.
Tradução: George
El Khouri Andolfato
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