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Teles dão celular grátis e
desconto de até 53% para manter clientes
VINICIUS QUEIROZ GALVÃO
do Agora
Na disputa por um mercado maior, as três maiores operadoras de telefonia
celular do país --Vivo, TIM e Claro-- canibalizam a concorrência e chegam a
oferecer pacotes de minutos pela metade do preço de tabela e aparelhos grátis
para atrair mais clientes.
A reportagem entrou em contato com os departamentos de marketing e de retenção
de clientes das três empresas e negociou descontos e vantagens na mudança de
uma operadora para a outra.
Para não perder um consumidor, a Vivo, maior operadora do país, com 26,5 milhões
de clientes, ofereceu desconto de 53% no pacote de 600 minutos, que sairia por
R$ 130, contra R$ 279,90 da tabela.
Além do abatimento, a empresa chegou a oferecer um celular gratuitamente
(modelo à livre escolha), dependendo do plano contratado, ou desconto de 60% no
aparelho, com o saldo de 40% restante parcelado em seis vezes sem juros na
fatura mensal.
Ainda para não perder o cliente, a Vivo propôs um pacote de 240 minutos
mensais por R$ 112,90 --na tabela, o preço é de R$ 154,90-- e um de 150
minutos por R$ 74,90, enquanto o preço normal anunciado seria de R$ 124.
Já a Claro ofereceu desconto de R$ 10 sobre os planos das demais empresas, deu
um aparelho Motorola V600, que no mercado custa, em média, R$ 1.199, e propôs
um bônus de R$ 300 em ligações locais para outro celular da Claro.
Mais comedida, a TIM, que tem 13,6 milhões de usuários e está presente em
todo o país, ofereceu um aparelho gratuito e se propôs a cobrir a oferta da
concorrência, sem citar um plano específico. A reportagem apurou que a margem
de negociação da operadora é de 50% para os pacotes de tarifas.
Concorrência predatória
Para a SDE (Secretaria de Direito Econômico), órgão vinculado ao Ministério
da Justiça, responsável pela regulação de mercado, as empresas não praticam
concorrência predatória ao atrair clientes da concorrência com ofertas. A
violação das leis de mercado, diz a secretaria, haveria se uma das operadoras
oferecem tarifas abaixo do preço de custo.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que julga as ações da
SDE, diz que não há nenhum processo em andamento de uma operadora contra a
outra. Já a Anatel, agência reguladora do setor, diz que a prática é livre
concorrência e que todas as empresas ligam para os clientes das outras com
ofertas.
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