Março 

Alunos protestam contra proibição de usar chinelos
 


Alunos do Colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi (zona oeste de São Paulo), organizaram ontem uma manifestação para protestar contra a notícia de que não poderiam mais freqüentar as aulas calçando chinelos. Parte dos estudantes do ensino médio foi ao colégio de chinelo em "comemoração" do Dia Cervantino das Havaianas. Segundo eles, a diretora da escola avisou, no início da semana, que esse tipo de calçado não seria permitido.

"Eles proibiram e a gente ficou meio revoltado", disse Luma, 14, aluna do 1º ano do ensino médio. Questionada sobre o resultado da manifestação, a menina não hesitou. "Acho que foi um protesto vitorioso porque agora está liberado", afirmou a estudante à Folha de S. Paulo.

Em nota, o colégio disse que não houve proibição, mas apenas uma orientação para que os alunos tivessem "bom senso" no uso do chinelo. O texto critica a assessoria de imprensa da Havaianas por ter divulgado a história de que um aluno teria sido proibido de entrar no colégio por calçar chinelos.

Alheios a essa discussão, os alunos se divertiam com a presença da imprensa e justificavam a vontade de usar chinelos. "Olha só o calor que está. Não dá para vir de tênis", defendia Camila, 16. Mas não é só o conforto que serve como justificativa. "Tenho uma coleção com 20 pares de chinelos. Acho bonito", disse Luiza, 16. E o que diz a mãe? "Ela acha normal." A opção de permitir o uso do chinelo varia entre as escolas particulares de São Paulo. "Para nós, é irrelevante o que o aluno usa no pé", afirmou Sônia Barreira, 47, diretora pedagógica da Escola da Vila.

Já para Paulo Henrique Rinaldi, 51, diretor-geral do colégio Rio Branco - que não permite o chinelo-, a medida serve como barreira. "Senão daqui a pouco os alunos estarão todos descalços", afirmou.
 
Terra

 

 

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