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Bancos
quebram tabu e falam sobre fraudes virtuais
JULIANA
CARPANEZ
da Folha Online
Pela primeira vez em sua história, a Febraban (Federação
Brasileira de Bancos) realizou um evento para falar sobre as
fraudes virtuais, um assunto ainda considerado tabu entre as
instituições financeiras. Segundo representantes da
organização, seu objetivo é fazer com que os usuários do
internet banking fiquem mais atentos a este problema, que
afeta a confiança dos clientes em seus bancos.
Durante o evento realizado nesta terça-feira, restrito à
mídia, a Febraban falou sobre a importância da educação dos
internautas, além das ferramentas já em uso que dificultam a
ação de piratas --caso das
chaves de segurança. No
entanto, os palestrantes se enrolaram na hora de discutir os
casos de fraudes em que os clientes não são ressarcidos.
Segundo os especialistas da federação, as supostas vítimas
não recebem seu dinheiro de volta quando fica provado que
elas tiveram participação nas fraudes ou em situações de
negligência. O grande problema está no fato de a Febraban
não saber explicar o que exatamente é considerado
negligência, quando se trata de golpes no serviço de
internet banking.
"É algo subjetivo", reconheceu Mário Sérgio Vasconcelos,
diretor de relações institucionais da Febraban. Pelo
discurso dos especialistas presentes no evento --que não
confirmaram estas hipóteses-- a falta de um antivírus no
micro das vítimas ou transações financeiras realizadas em
cybercafés podem ser consideradas ações negligentes.
"A internet é uma ferramenta relativamente nova, e os
usuários também devem se reponsabilizar pela maneira como a
usam", disse Jair Scalco, diretor de cartões e negócios
eletrônicos da Febraban. Scalco fez uma comparação com os
cuidados que os internautas devem ter, dizendo que as
pessoas não deixam suas carteiras em qualquer lugar, pois
desta forma elas podem ser furtadas.
Inclusão
Os internautas certamente devem ser instruídos sobre como
evitar golpes virtuais,
pois esta prática torna-se cada vez mais freqüente. No
entanto, as políticas de educação ainda são muito limitadas
se comparadas com a quantidade de propagandas sobre os
serviços de internet banking, por exemplo.
Além de criar ferramentas de segurança, os bancos terão de
investir pesado na divulgação de informações sobre o
assunto, se quiserem reduzir seus prejuízos. Isso porque os
programas de
inclusão digital devem
aumentar, nos próximos anos, o número de novos internautas
--pessoas desavisadas são o principal alvo dos piratas
virtuais.
Os golpes virtuais já atingiram cifras alarmantes no Brasil.
Segundo estimativas do IPDI (Instituto de Peritos em
Tecnologias Digitais e Telecomunicações), bancos e
administradoras de cartões perderam R$ 300 milhões com este
tipo de fraude no Brasil em 2005 --o valor representa 12%
dos R$ 2,5 bilhões faturados pelo comércio eletrônico
brasileiro no período.
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