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No Rio,
pirata pega 11 anos por desviar R$ 2 milhões
da Folha Online
A 32ª Vara Criminal do Rio condenou no dia 3 de maio o
pirata virtual Otávio Oliveira Bandetini, 20, a dez anos e
11 meses de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça, que
divulgou a sentença nesta quinta-feira, o jovem de classe
média transferiu indevidamente, pela internet, cerca de R$ 2
milhões das contas correntes de terceiros.
Preso no ano passado em um flat na Barra da Tijuca,
Bandetini foi condenado por crimes de furto qualificado
(pena de seis anos e oito meses) e de interceptação
telemática não-autorizada (quatro anos e dois meses).
Segundo a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática,
as transferências foram feitas entre fevereiro e abril de
2005.
Durante alguns meses antes de sua prisão, ele ficou
hospedado neste flat do Hotel Sheraton, onde policiais
encontraram um computador com arquivos que registravam as
operações ilícitas. Entre as informações havia dados
bancários sigilosos de 242 pessoas, além do número de conta
corrente de outras 44. O pirata também tinha em seu poder um
automóvel Mercedez-Benz modelo C 200.
Para ter acesso a informações sigilosas, o jovem instalava
programas espiões nos computadores das vítimas --estes
códigos maliciosos foram encontrados em sua máquina. Após
infectar o PC de internautas, Bandetini conseguia capturar
dados que seriam utilizados nas transações financeiras
ilícitas.
"Não há dúvida de que o acusado procedeu a inúmeras
interceptações não-autorizadas de comunicações telemáticas e
subtraiu, mediante fraude, senhas sigilosas e créditos das
contas de dezenas de correntistas", afirmou o juiz Mário
Henrique Mazza, responsável pela sentença.
Segundo o juiz, não há provas de que o acusado era parte de
uma quadrilha de piratas. Sabe-se, no entanto, que seu pai e
madrasta --Marino Bandetini Júnior e Sara Luci Mariano--
estavam entre os laranjas que abriram conta corrente para
receber dinheiro desviado pelo jovem. Os dois responderão
processo por isso.
Antes de ser preso no Rio, o pirata havia sido denunciado
pelo Ministério Público de Minas Gerais, em Juiz de Fora,
também pelo desvio de dinheiro via internet. Sua conta foi
então bloqueada por determinação da Justiça, ele se mudou
para o Rio e passou a usar contas de laranjas para enviar o
dinheiro das vítimas.
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