iPhone conquista
fãs em empresas mesmo com problemas
Mike de la Cruz, vice-presidente sênior da
gigante alemã de software SAP, mostra a mais recente arma do executivo
que viaja a negócios: seu iPhone. Sucesso junto aos consumidores porque
combina celular, player de música e aceso à web, os analistas dizem que
o iPhone, da Apple, está ganhando terreno também como ferramenta de
negócios, e um dia pode concorrer diretamente com a linha Blackberry, da
Research in Motion.
Ainda que muito procurados por usuários de alto poder aquisitivo, os
produtos da Apple jamais foram aceitos amplamente por empresas, de modo
que adoção em grande escala do iPhone por empresas seria um grande
avanço. "É divertido", disse De la Cruz em uma conferência setorial, em
Boston. "É tão popular."
De fato, o aparelho se tornou popular o bastante para que produtoras
de software como SAP, SalesForce e dezenas de empresas de grande porte
permitam que suas equipes de vendas e financeiras usem o iPhone para
trabalhar fora do escritório. Na segunda-feira, a SAP rompeu precedentes
ao anunciar que lançará uma versão para o iPhone de seu novo software
para gestão de relacionamento com clientes antes de lançar versões
dirigidas aos aparelhos da RIM e da Palm.
O motivo? Os vendedores da própria empresa estavam exigindo o
sistema, afirmando que o iPhone é mais fácil de usar, de acordo com Bob
Stutz, vice-presidente sênior de desenvolvimento de software de
relacionamento com clientes. "Isso não quer dizer que o iPhone agora
passará a ser usado por ordem do departamento de tecnologia; na verdade
são as pessoas que querem usar o aparelho e os departamentos de
tecnologia estão respondendo de maneira realmente positiva", disse
Michael Gartenberg, analista do grupo de pesquisa de mercado Jupiter
Research.
Mas analistas dizem que diversas coisas precisam acontecer antes que
o iPhone torne-se um concorrente sério nesse mercado. E a principal
delas é que o aparelho ofereça recursos direcionados a sistemas
empresariais de email.
Alguns problemas
Os Blackberries tornaram-se uma parte indispensável dos negócios no
mundo por causa de sua capacidade de trabalhar com redes corporativas de
email, o que permite aos usuários receber mensagens diretamente em seus
aparelhos.
O sistema de email do iPhone pode ser configurado para funcionar com
correio eletrônico de empresas, mas não recebe mensagens completas no
aparelho. Além disso, contatos e calendários também não podem ser
atualizados sem que o celular esteja fisicamente conectado a um
computador.
Como muitas empresas usam o software Outlook, da Microsoft, para
email, contatos e agendas, a Apple precisa licenciar a tecnologia da
rival para permitir que o iPhone funcione com o Exchange, programa
servidor que sustenta o Outlook.
Enquanto pesquisas mostram que 90% dos usuários do iPhone estão
satisfeitos com o aparelho, vários executivos já reclamaram que é
incômodo escrever longos emails na tela sensível a toques do iPhone.
Analistas que acompanham a companhia especulam que a Apple pode
eventualmente lançar um iPhone com teclado ou que use uma tecnologia que
imite a sensação de digitação de teclas por meio de um mecanismo que
faria o aparelho vibrar por uma fração de segundo quando a tela é
pressionada.
"Se eles juntarem as peças, isso tornará o iPhone um competidor muito
mais forte", disse Shaw Wu, analista da American Technology Research.
Reuters
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