Bruno Garcez
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira a criação de uma agência federal que visará impedir ataques realizados pela internet contra redes de computadores do governo e de empresas americanas.
De acordo com Obama, os Estados Unidos não estão preparados para se prevenir de ataques do tipo, daí ser necessário criar uma divisão especializada para combater a ação de hackers.
O líder americano afirmou que em breve irá indicar um titular para a nova divisão governamental, que já está sendo chamado nos Estados Unidos de cyberczar. O chefe da nova divisão estará subordinado não apenas ao Conselho de Segurança Nacional como ao Conselho Econômico Nacional.
"Devido à importância crítica deste trabalho, eu irei pessoalmente escolher este oficial. Eu dependerei da avaliação dele em todos os assuntos ligados à segurança cibernética e ele terá meu total apoio e acesso constante a mim para que possamos confrontar estes desafios", afirmou o líder americano durante o anúncio oficial, realizado em Washington.
O presidente afirmou que forças militares americanas têm sofrido "ataques constantes" de hackers.
Ataques
Obama chegou a contar que, durante a disputa presidencial, computadores de integrantes de sua campanha foram violados por hackers, que obtiveram acesso a e-mails e documentos e planos de viagens.
O anúncio de Obama se deu conjuntamente com a divulgação de um relatório sobre segurança cibernética. O texto recomenda a criação do posto que acaba de ser divulgado pelo presidente e afirma ser necessário envolver a iniciativa privada em ações voltadas para impedir ataques cibernéticos.
O documento, que reúne dados coletados ao longo de 60 dias por Melissa Hathaway - uma profissional da administração de George W. Bush, que vem atuando como conselheira interina de segurança virtual na gestão de Obama. No mês passado, dois senadores, Jay Rockefeller, um democrata da Virgínia Ocidental, e a senadora Olympia Snowe, republicana do Estado de Maine, apresentaram um projeto de lei que visa "reduzir a vulnerabilidade contra crimes cibernéticos, espionagem cibernética global e ataques cibernéticos".
De acordo com a senadora Olympia Snowe, "a vulnerabilidade dos Estados Unidos a grandes crimes pela internet, espionagem eletrônica e ciberataques se revelou como um dos mais urgentes problemas de segurança nacional que afetam o nosso país.
Uma comissão do Congresso americano advertiu, em novembro do ano passado, que a China desenvolveu um sofisticado sistema de ataques eletrônicos e que o país asiático teria ampliado sua capacidade de invadir computadores americanos.
BBC Brasil