DANIELA ARRAIS
da Folha de S.Paulo
Você pode interagir com o que não existe. Pelo menos, se você for à exposição Pixel Park: SuperUber Arte e Tecnologia, que ocorre até o próximo domingo no iAi (Instituto de Artes Interativas), localizado na Casa Bola, em São Paulo.
"Super Sombras e Super Objetos", uma das obras apresentadas por lá, permite que o espectador brinque com um conteúdo que só existe no plano virtual. Ao se posicionar em frente à tela, você tem sua silhueta exibida --da tela, surgem objetos como bolas, que podem ser movimentadas de acordo com sua vontade. A sensação contraditória é de tocar em algo que, na realidade, não existe.
A proposta da Pixel Park é proporcionar essa e outras experiências sensoriais com base em projetos que unem arte e tecnologia -eles são de autoria da SuperUber (www.superuber.com), produtora formada por Liana Brazil, Russ Rive e Marcelo Pontes.
Um dos destaques da exposição é a "Areia Musical", uma superfície coberta por areia da praia de Ipanema em que o visitante é convidado a desenhar. A partir dos rabiscos, a instalação aciona luzes e sons. "A ideia é fazer uma correlação entre forma, cor e luz, que, juntas, são capazes de modificar o som", diz Liana.
Outra obra que chama a atenção é a "Super Pong", uma instalação inspirada nos jogos de pebolim. "Buscamos uma estética simples e minimalista para um hábito comum, o de jogar. O jogo mostra que não é preciso muitos pixels para conseguir se divertir."
Na instalação "Sopro", quem chega é convidado a interagir com uma projeção -ao soprar, ele vê a imagem à sua frente mudar. Já a "Super Tela" é uma interface sensível ao toque que permite ao espectador visualizar fotografias e vídeos do making of da exposição, além de outros projetos da produtora.
Há, ainda, espaço para o "Grafite Eletrônico", instalação que permite acionar animações e desenhar com a ponta dos dedos em uma tela. O resultado é exibido em uma projeção que reproduz muros urbanos.
A Casa Bola fica na rua Amauri, 352, no Jardim Paulistano. A entrada é franca.