da Reuters, em Chicago
Pesquisadores norte-americanos descobriram uma maneira de produzir telas flexíveis de grande formato que podem ser esticadas para se adaptar aos contornos de um ônibus --mas que ao mesmo tempo são transparentes o bastante para que os passageiros possam enxergar pela janela.
As telas leves e finas poderiam ser usadas para produzir indicadores de luz de freio que acompanham os contornos de um carro, ou monitores cardíacos, ou aparelhos de tomografia que podem ser enrolados em torno do corpo de um paciente como um cobertor, disse John Rogers, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, cujo estudo foi publicado pela revista "Science".
Ele afirmou que as grandes telas combinam a escala e a durabilidade da tecnologia de diodos emissores de luz (LED) à flexibilidade das telas produzidas com materiais orgânicos, ou seja, que contenham carbono.
"Se você observar as telas dos paineis gigantes instalados ao longo de estradas, perceberá que são feitas de diodos inorgânicos emissores de luz (LEDs). Nossa sensação é de que esses sistemas são bastante impressionantes", disse Rogers em entrevista por telefone.
"A questão passou a ser determinar se era possível utilizar a mesma tecnologia em um formato diferente", acrescentou.
Rogers disse que a atual tecnologia, que emprega materiais inorgânicos, produz luzes individuais LED volumosas, que precisam ser dispostas uma a uma por um braço robotizado. Mas telas que usem materiais orgânicos poderiam ser pintadas ou aspergidas sobre a superfície de uma película, ainda que não sejam tão brilhantes ou duráveis, afirmou.
Para resolver o desafio, os pesquisadores construíram seus LEDs usando uma fina camada de película posteriormente dissolvida por um produto químico, e depois afixaram pequenas pastilhas plásticas a dois dos cantos, a fim de garantir que os LEDs não escapassem da película durante o banho químico.
A equipe utilizou uma tecnologia especial de carimbo para depositar e montar o LED inorgânico em superfícies de vidro, plástico ou borracha. O sistema funciona como uma espécie de carimbo, mas usa LEDs como tinta.
"A nova abordagem pode apanhar grande número de LEDs pequenos e finos da bolacha original, no primeiro passo, e imprimi-los no substrato posteriormente", disse Rogers.