Quando sua filha de 21 anos morreu em um acidente, Pam Weiss nunca havia visitado a página do
Facebook. Naquela época, a rede social era usada quase exclusivamente por jovens, como Amy, a filha de Pam. Mas, ela sabia que a jovem tinha uma conta no Faceebook e decidiu ver as fotos da filha na página. Segundo publica a versão online da revista
Time nesta terça-feira, Pam descobriu bem mais do que procurava, e logo passou a se comunicar com os amigos da filha.
A americana tomou conhecimentos dos planos da filha por meio de suas postagens. "Fez-me sentir bem saber que a Amy tinha um efeito positivo sobre tantas pessoas. Eu não faria idéia disso se não tivesse entrado para o Facebook", disse à publicação. Algumas empresas, atentas às dificuladades que familiares podem enfrentar para ter acesso às páginas de pessoas mortas, estão oferecendo um novo serviço. Elas arquivam as senhas do internauta e enviam à família depois da confirmação do óbito.
Embora no caso de Amy, a conta tenho sido fechada pelo Facebook três meses após sua morte, a rede decidiu mudar a medida em função do número crescente de pessoas que utilizam a página para deixar mensagens em memória de amigos mortos. Elizabeth Linder, porta-voz do Facebook, explicou à Time, que a necessidade de adaptar o site surgiu após o tiroteio em Virgínia Tech, em que vários jovens foram assassinados.
A adaptação fez com que os perfis de usuários mortos deixassem de ter determinadas informações, como atualizações. Além disso, os perfis se tornam restritos a amigos do usuário, que podem continuar postando comentários. Mas, se acharem mais adequado, os familiares têm o direito de solicitar a remoção do perfil.
O MySpace adotou uma política semelhante, que não restringe a visualização do perfil. O LiveJournal "congela" a página. O Flickr mantém a conta do usuário morto e impede o acesso de amigos e familiares a fotos marcadas como "privadas" pelo usuário.
Quando o assunto são os e-mails, o porta-voz do Yahoo!, por exemplo, garante que a privacidade do usuário é garantida, mesmo após sua morte. Em 2005, familiares de um militar morto no Iraque entraram na Justiça para ter acesso aos e-mails da vítima. Um juiz deu ganho de causa à família, mas em vez da senha, eles receberam do Yahoo! um CD com as mensagens gravadas. O Hotmail e o Gmail se dispõem a enviar CDs com cópias das mensagens a parentes de usuários, mas eles precisam antes enviar uma certidão de óbito para comprovar a morte.
Empresas como a Legacy Locker e a Deathswitch já descobriram nisso um novo nicho de mercado e passaram a oferecer um serviço em que arquivam as senhas das pessoas por cerca de US$ 30 ao ano e as enviam a pessoas pré-determinadas depois da morte do cliente. Estas empresas costumam enviar mensagens frequentes para se certificar de que o cliente ainda está vivo e, depois de um período sem retorno, liberam as mensagens para os "herdeiros".
Redação Terra