da Folha Online
Chris Anderson, editor da revista de tecnologia e novas
tendências "Wired" e um dos pensadores da internet, é o promotor
de dois conceitos muito caros a esse meio. O primeiro é a
'teoria da cauda longa', estratégia de negócio segundo a qual a
meta é vender poucas unidades de muitos e variados itens, o que
substituiria o popular modelo dos "best-sellers".
O segundo é o que ele chama de 'freeconomics' ou a economia
das coisas de graça, alicerçada no fato de que o custo de
armazenamento e transmissão de conteúdo digital baixa cada vez
mais.
O conceito chegou neste mês, em formato de livro, ao Brasil,
segundo informa o jornalista Sérgio Dávila --que também
entrevistou Anderson. A íntegra, publicada no caderno Mais!
deste domingo (30), está
disponível para assinantes do UOL e do jornal.
"O que está mudando é o conceito, que evoluiu de um truque de
mercado para um modelo econômico. Essa mudança é impulsionada
pela indústria tecnológica. A ideia de conteúdo livre tem cem
anos: rádio é de graça, TV aberta é gratuita", observa Anderson.
"O problema é que agora anúncios não são mais suficientes
para sustentar o modelo. Daí o que chamo de 'freemium', onde
você dá a maior parte de seu conteúdo de graça, mas reserva
parte dele, geralmente a melhor parte, para os que pagam."
Ele entende que pirataria é uma palavra mal-compreendida.
"Nem todo o conteúdo distribuído dessa maneira é pirata. Alguns
são, outros são 'pirateados', entre aspas, por vontade dos
autores, que valorizam a distribuição gratuita. Um dos exemplos
que dou é o tecnobrega brasileiro. Não é pirataria, porque os
autores autorizam os camelôs a reproduzir e vender os CDs sem
lhes pagar nada", afirma.