E se estivesse falando ao celular, acha que conseguiria perceber a estranha figura no seu caminho? De acordo com um estudo da Universidade de Washington, provavelmente, a resposta é não.
Os pesquisadores abordaram pessoas que se encaixassem em uma dessas quatro situações: estivessem andando e falando no celular, escutando a um Mp3 player, andando sem nenhum equipamento eletrônico ou caminhando em duplas.
O local do estudo foi a praça central da universidade, ponto de passagem de estudantes em direção às aulas, à biblioteca e aos dormitórios.
A equipe colocou um palhaço andando em um monociclo, com nariz vermelho, roupas amarelas e roxas em tons berrantes e sapatos característicos, para atravessar a praça a pedaladas.
Foram entrevistados 151 indivíduos (67 homens, 84 mulheres) que haviam acabado de cruzar a praça com o palhaço. Desses, 78 estavam sozinhos e sem aparelhos eletrônicos, 24 estavam ao telefone, 28 ouvindo músicas e 21 estavam acompanhados de mais uma pessoa.
Os recém saídos da praça respondiam a duas perguntas: a primeira, se eles haviam visto algo diferente, fora do comum, ao cruzar o caminho. Quem respondeu que sim, teve que especificar o que havia visto. Se a pessoa dissesse que não, o pesquisador perguntava diretamente se eles haviam visto o palhaço no monociclo.
Apenas 25% dos usuários de celular viram o palhaço, em comparação com metade das pessoas dos outros grupos (51% das que andavam sozinhas, 61% das que ouviam música e 71% das pessoas em duplas).
A conclusão final de todos os testes realizados é que pessoas ao celular andam mais devagar, mudam de direção, reconhecem menos as pessoas e, muitas vezes, não notam a presença nem de coisas tão fora do comum como um palhaço em um monociclo.