"A informação é a moeda do crescimento, mas também vem se tornando cada vez mais a moeda do crime", disse Peter Cullen, diretor de questões de privacidade da Microsoft, durante a conferência anual do Family Online Safety Institute. "As pessoas têm expectativas elevadas no que tange às companhias, em termos de como recolhem, usam, armazenam e, acima de tudo, protegem suas informações", afirmou Cullen.
As empresas precisam se submeter a padrões mais elevados quando lidam com informações pessoais dos consumidores, e investir mais em estruturas internas que garantam a privacidade, afirmou.
Michael Fertik, fundador da ReputationDefender, uma empresa que defende reputações online, apelou por regulamentação do governo norte-americano que torne compulsória a aprovação explícita dos consumidores sobre coleta de dados para que eles tenham mais controle sobre seus "dossiês digitais". "É notável a profundidade dos dados acumulados sobre cada um de nós; é perturbador", disse Fertik, mencionando sites que rastreiam a localização de usuários.
Empresas como Google, Yahoo, Facebook e Microsoft recolhem dados pessoais que muitas vezes são utilizados em publicidade ou repassados a terceiros sem que os usuários estejam cientes disso. Fertik defendeu a imposição de limites sobre o tempo pelo qual empresas estariam autorizadas a manter dados pessoais de consumidores, alertando que, com o tempo, os dados poderiam passar a ser usados em mais que publicidade, para objetivos que incluiriam, por exemplo, avaliação de mensalidades de planos de saúde tomando por base a frequência com que a pessoa vai a lanchonetes de fast food.
"As empresas cuja receita principal vem da publicidade sofrem tremenda tensão entre esse interesse econômico e a causa da privacidade dos usuários", disse Fertik, membro do World Economic Forum Agenda Council on Internet Security.
Reuters