Os valores de mercado do Facebook e do
Twitter estão praticamente triplicando
anualmente, mas não poderão crescer para
sempre.
O valor do primeiro, teoricamente, saltou
de US$ 50 bilhões para US$ 65 bilhões em
apenas dois meses, enquanto o Twitter já
vale mais de US$ 4 bilhões com base em
negociações privadas envolvendo participação
no capital do site de microblogs.
Os preços altos explicam a ausência de
qualquer pressa em vender as ações das
companhias publicamente, em bolsa de
valores. Mas como as modas são superadas
rapidamente, os donos das redes sociais não
deveriam ser tão ambiciosos.
Poucas grandes companhias com ações em
bolsa viram seus papéis se apreciarem tão
rapidamente quanto os da Apple nos últimos
dois anos. Suas ações praticamente
quadruplicaram de preço e agora a companhia
de Steve Jobs vale cerca de US$ 330 bilhões.
A única companhia norte-americana maior é a
petrolífera Exxon Mobil , com valor de
mercado de ao redor de US$ 420 bilhões.
Supondo que o valor do Facebook continue
triplicando anualmente, a rede social
estaria avaliada em muito mais de US$ 500
bilhões no início de 2013. E o Twitter
superaria o valor de mercado atual da Apple
dois anos depois.
Mas, é claro, esse tipo de coisa quase
nunca acontece. O ritmo de crescimento de
grandes empresas normalmente diminui muito
antes delas atingirem tal tamanho.
Uma evidência de que isso acontecerá é
particularmente clara no caso do Facebook.
Ao longo dos dois últimos anos, a base de
usuários da rede social se expandiu de 200
milhões para 600 milhões. Isso equivale a
praticamente uma pessoa em cada 10 na Terra.
Se a taxa de crescimento fosse mantida, todo
ser humano teria uma conta no Facebook até o
fim de 2015.
Mesmo o Facebook pode esperar - pelo
menos um pouco - para fazer uma oferta
pública inicial de ações (IPO, na sigla em
inglês).
É verdade que quantidades enormes de
usuários ainda estão aderindo ao serviço,
anunciantes estão se acostumando mais com
ele e investidores não se satisfazem com as
poucas ações disponíveis na rede social. Mas
o fundador Mark Zuckerberg deve ter em mente
que até mesmo o Google foi à bolsa quando
foi avaliado em "apenas" US$ 23 bilhões.
O Twitter, em estágios anteriores de
desenvolvimento, ainda tem mais espaço de
manobra --leve-se em consideração a mensagem
do co-fundador Biz Stone nesta semana de que
um IPO não está no radar da empresa. Mas até
Stone deve se preocupar em como o serviço
irá ganhar dinheiro no futuro. Também deve
existir a preocupação com o momento em que o
entusiasmo de investidores pelo setor de
tecnologia diminuir. As gigantes da Internet
não devem assumir que estarão com tudo para
sempre.
Reuters