Empresas que bloqueiam a venda de seus
produtos na internet podem estar quebrando
regras da União Europeia, disse um
conselheiro do maior tribunal europeu nesta
quinta-feira. Na opinião do conselheiro,
isso poderá reduzir o controle das grifes de
luxo sobre a imagem do bloco.
"O impedimento das vendas online pode ser
desproporcional e contra a concorrência",
afirmou o advogado-geral do Tribunal de
Justiça da União Europeia (ECJ) Jan Mazak.
Ele deu sua opinião sobre o caso da empresa
francesa de cosméticos Pierre Fabre
Dermo-Cosmetique (PFDC), dona das marcas
Avene, Klorane, Galenic e Ducray, que
obrigou distribuidores a venderem seus
produtos apenas em lojas físicas.
Donas de marcas luxuosas argumentaram
longamente que suas lojas físicas são
necessários para proteger sua imagem e a
exclusividade de seus produtos, mas
varejistas online como o eBay afirmam que
tais restrições são injustas.
"A recusa absoluta da Pierre Frabre em
permitir a seus distribuidores franceses
vender produtos na Internet parece
desproporcional. O argumento da Pierre Fabre
de que o bloqueio se justifica por razões de
saúde pública parece não ter fundamento, já
que os produtos não são medicinais",
defendeu Mazak.
Ele ainda condenou o bloqueio absoluto
das vendas na internet. "Vai além do que é
necessário para distribuir bens de uma
maneira adequada, de acordo com a qualidade
do material e sua imagem, tem o objetivo de
restringir a concorrência", afirmou.
Embora seja apenas uma opinião até o
momento, Mazak manifestou seu ponto de vista
diante dos juízes do tribunal, que seguem as
recomendações de advogados-gerais em mais de
80% dos casos.
Reuters