O lema da Lytro é ”clique já e focalize
depois”. A frase se refere ao fato de
que a empresa desenvolve as chamadas
câmeras de campo luminoso. Elas não
focalizam um plano específico como
acontece com as máquinas fotográficas e
filmadoras atuais. Em vez disso,
capturam todos os raios de luz em todas
as direções.
Essa informação luminosa
é transformada em fotos em que o
observador pode navegar, focalizando
qualquer objeto existente no ambiente.
Ao observar a foto, pode-se usar o mouse
para escolher o ponto de foco. Se um
objeto aparece desfocado, basta clicar
nele para que fique nítido. A técnica
permite explorar a cena e ir descobrindo
o que existe nela.
Ren Ng, fundador e CEO da Lytro,
começou a pesquisar a fotografia de
campo luminoso nos anos 90, na
universidade de Stanford, na Califórnia.
No início, para produzir uma foto desse
tipo era necessário reunir 100 câmeras,
que tinham suas imagens processadas por
um computador poderoso. Agora, ele diz
que desenvolveu um novo tipo de sensor
que permite fazer isso com uma câmera
pequena e fácil de usar. E, por não ter
mecanismo de foco, ela ainda será rápida
que as máquinas comuns, diz ele. O
resultado parece ter impressionado os
investidores, já que a Lytro levantou 50
milhões de dólares em capital para o
projeto.
A parte mais difícil é desenvolver o
software que processa as imagens. Para
coordenar essa tarefa, a empresa
recrutou nada menos que o veterano Kurt
Akeley, um dos fundadores da Silicon
Graphics, que, nos anos 80, foi pioneira
no desenvolvimento da computação
gráfica. É um encontro de duas gerações
de pioneiros. A Lytro não diz quando
pretende começar as vendas, mas, no site
da empresa, é possível fornecer um
endereço de e-mail para ser avisado. O
site também inclui uma galeria com fotos
de campo luminoso.