Na tarde de terça-feira, o
CEO da Apple, Tim Cook subiu
ao palco da Conferência de
Tecnologia Goldman Sachs
para falar da Apple. Foi sua
primeira participação no
evento como diretor
executivo. Em várias
perguntas feitas por Bill
Shope, o executivo deixou
mais claro quais são os
planos da empresa de
Cupertino para os próximos
anos.
O primeiro tópico, como
não poderia de ser, foram as
condições de trabalho nas
fábricas da cadeia de
abastecimento da Apple. Cook
voltou a afirmar que a Apple
leva as condições de
trabalho a sério, não
importando em que países
eles estão atuando. Disse
ele mesmo conhecer bem o
ambiente das fábricas por
inclusive já ter trabalhado
nelas no passado. De acordo
com o CEO, o compromisso da
Apple é simples: "todo
trabalhador tem direito a um
ambiente de trabalho justo e
seguro, livre de
discriminação, onde eles
podem ganhar salários
competitivos e onde eles
podem expressar livremente
as suas preocupações", disse
ele.
Cook admitiu que
problemas ainda estão sendo
corrigidos, mas que mesmo
assim ninguém nessa
indústria está fazendo mais
para melhorar as condições
de trabalho dos funcionários
do que Apple. Ele disse que
todas as ações da empresa
são transparentes e que é um
dos maiores objetivos no
momento é exterminar o uso
de mão de obra infantil em
toda sua cadeia de
abastecimento. O CEO disse
estar ansioso com os
resultados das auditorias da
Fair Labor Association,
anunciada nesta semana.
Outro tópico abordado foi
a Apple TV, que muitos
apostam que será a próxima
"big thing" (grande coisa,
na tradução livre para o
português) da Apple. Tim
Cook, entretanto,
desencorajou os mais
animados. Segundo ele, a
Apple TV ainda está na fase
de hobby, pois foram
vendidos "tímidos três
milhões de Apple TV no ano
passado, 1,4 milhões no
último trimestre". Cook
disse que ele está
claramente em ascensão, mas
que a Apple não quer enviar
um sinal equivocado aos seus
acionistas de que seu
mercado pode ser do tamanho
de outros, como do Mac, iPad,
iPod ou iPhone. Em geral,
conforme explicou o CEO, a
Apple não faz produtos
"hobby", mas com a Apple TV,
por enquanto, "estamos
seguindo nossa intuição de
que há algo mais, algo maior
mais para frente".
Tim Cook também deixou
claro que a Apple está
investindo em mercados
emergentes como China,
Brasil e Rússia, mas que
eles são considerados
"críticos" pela fabricante.
A China, no entanto, é a que
mais está na mira da
empresa, diante do sucesso
da chegada do iPhone 4S no
país no ano passado. Para o
CEO, existe muita semelhança
no que as pessoas ao redor
do mundo querem. "Todos em
todos os países querem o
melhor produto. Eles não
estão procurando por uma
versão mais barata do melhor
produto - o que eles
procuram é o melhor
produto". Na China, Brasil e
na Rússia, a Apple tem que
lidar com o fato deles serem
mercados pré-pagos, do
varejista ter em mãos grande
parte da distribuição, ao
contrário do que acontece em
mercados desenvolvidos. Com
a China Unicom, a Apple
conseguiu firmar um contrato
para que os iPhones 4S
fossem oferecidos no modelo
pós-pago.
O atual CEO da Apple, no
cargo há quase um ano,
também opinou sobre o iPad
tomar ou não o lugar dos PCs,
coisa que ele não acredita
que irá acontecer, mas que o
tablet pode sim vender mais
do que os computadores
pessoais, e sobre a
revolução que programas como
Siri e iCloud estão fazendo
na empresa, nos produtos e
na vida dos clientes. Cook
também falou da sua
liderança, de como ele não
pretende mudar a cultura da
Apple mesmo sabendo que CEOs
deixam suas marcas. Ele
afirmou que acredita, assim
como Steve Jobs, que uma
empresa deva girar em torno
de seus produtos, porque a
satisfação que eles trazem
aos clientes não tem
substituto como um cargo
tem.
Terra