De olho no
pedestre
Pesquisadores
alemães e espanhóis
desenvolveram uma
nova tecnologia de
visão artificial
para detectar
pedestres.
O sistema, a ser
instalado no
interior dos
automóveis, detecta
os pedestres e
calcula o risco de
colisão, ou seja, o
risco de que o carro
onde está instalado
o sistema atropele o
pedestre.
"O novo sistema
pode detectar
pedestres de dentro
do veículo usando
câmeras no espectro
visível, e faz isso
inclusive à noite,"
afirma o Dr. David
Fernández Llorca, da
Universidade de
Alcalá, na Espanha,
um dos autores do
projeto.
As câmeras no
espectro visível a
que o pesquisador se
refere são câmeras
digitais comuns, o
que significa que o
sistema como um todo
é barato e já nasce
miniaturizado.
A Honda já havia
desenvolvido um
sistema de detecção
noturna de pedestres,
usando câmeras de
infravermelho. Já o
projeto europeu
Save-U criou um
sistema para
detecção de
ciclistas,
baseado em câmeras
de infravermelho e
radar.
Visão
artificial estéreo
densa
A grande novidade
da nova técnica de
visão artificial é o
que os cientistas
chamaram de "sistema
estéreo denso".
O termo estéreo
se refere à
utilização de duas
câmeras, distantes
30 centímetros uma
da outra, montadas
em uma estrutura
única, logo abaixo
do retrovisor
interno.
Isto dá ao
sistema a
possibilidade de
fazer cálculos de
profundidade na
imagem captada,
avaliando a
distância do carro
até o pedestre, ou
do pedestre que
estiver na lateral
da rua até a faixa
de rolamento.
Já o termo denso
refere-se à coleta
de informações de
todos os pontos que
compõem as duas
imagens capturadas,
em tempo real -
sistemas ditos
não-densos usam os
contornos ou os
cantos dos objetos,
de forma a otimizar
o processamento.
Os sistemas de
visão artificial
estéreos densos
permitem um
reconhecimento mais
preciso do ambiente,
o que inclui não
apenas pedestres,
mas também buracos,
estrutura do asfalto
e até variações no
contato entre o
carro e a rodovia.
Segundo o grupo,
a detecção de
pedestres foi
otimizada por um
fator de 7,5 em
comparação com os
sistemas não-densos.
Objetos em
movimento podem ser
detectados em menos
de 200 milissegundos.
Hardware
dedicado
O algoritmo de
visão artificial em
tempo real é muito
intensivo em
processamento, o que
exigiu o
desenvolvimento de
um hardware
dedicado, baseado na
tecnologia FPGA (Field
Programmable Gate
Array) - um
sistema eletrônico
com blocos lógicos
que podem ser
reconfigurados
usando uma linguagem
específica.
As imagens
ressaltando os
riscos detectados
podem ser projetadas
em uma tela
dedicada, ou sobre a
parte interna do
pára-brisas.
A informação ao
motorista também
pode ser passada
através de algum
tipo de alarme
visual ou sonoro, ou
pode ser dirigida
diretamente para o
controle do carro,
acionando os freios
automaticamente.
A Mercedes-Benz
ajudou a financiar o
projeto, e anunciou
que está avaliando
as questões
econômicas em um
estudo para incluir
a tecnologia em seus
modelos mais
luxuosos.