Quem quer comprar?Já faz alguns anos que os
processadores de computador não ficam mais rápidos.
Para manter os aumentos constantes de velocidade que
softwares e consumidores ficaram acostumados, os fabricantes de
chips começaram vendendo dois processadores pelo preço de um.
Hoje eles já vendem de seis a oito processadores pelo preço
de um só, os chamados processadores multi-núcleos, que nada mais
são que vários processadores encapsulados dentro de uma única
pastilha de silício.
Mas mesmo esta estratégia está encontrando suas limitações.
Internet em um chip
O problema é que os núcleos intercomunicam-se usando um único
barramento: um único conjunto de fios por onde os dados passam.
Isso significa que, em um determinado momento, apenas dois
núcleos estão trocando dados, uma séria limitação para uma
tendência que já ousa falar em centenas e até milhares de
núcleos no mesmo chip.
Agora, Li-Shiuan Peh e seus colegas do MIT acreditam ter
encontrado a solução para esse gargalo.
Eles foram buscar inspiração na internet, para propor que,
assim como os computadores da rede mundial, os núcleos de um
processador multicore devem transmitir e receber
informações em "pacotes" de dados.
Cada núcleo deverá ter seu próprio roteador, que poderá
enviar cada pacote por diversos trajetos, dependendo da condição
da rede interna do processador a cada momento.
Além dos barramentos
"Os barramentos atingiram seu limite. Eles tipicamente
atendem a oito núcleos," diz a pesquisadora, comentando que os
chips de 10 núcleos já possuem um segundo barramento, mas que
isso não vai funcionar para centenas de núcleos.
"Barramentos consomem um bocado de energia porque eles
dependem de fios longos para atingir oito ou 10 núcleos ao mesmo
tempo," complementa.
Na sua "rede em um chip", a Dra. Peh propõe que cada núcleo
fale apenas com os quatro núcleos mais próximos: "Assim, você
precisa de segmentos pequenos de fios, permitindo reduzir a
tensão."