Como prever a tecnologiaSegundo os pesquisadores, a Lei de
Moore, assim como outros modelos similares, como as menos conhecidas Lei
de Kryder e Lei de Gompertz, preveem que o aumento no desempenho das
tecnologias pode ser descrito por uma curva suave, crescendo
exponencialmente.
Mas isso não se mostrou verdadeiro quando os pesquisadores cruzaram
as previsões com os dados reais para as últimas décadas.
Os dados mostram que a maioria das tecnologias progride aos saltos,
com grandes aperfeiçoamentos intercalados por longos períodos de
calmaria, onde não há ganhos de desempenho, algo muito diferente da
curva suave desenhada pelos outros modelos.
Eles chamaram esse processo de "Anda e Espera", batizando seu novo
algoritmo de previsão tecnológica de SAW (Step And Wait) - Saw
é também o termo em inglês para serrote, expressando os degraus vistos
nas novas previsões.
Segundo os pesquisadores, seu modelo é mais preciso e faz previsões
com maior probabilidade de acerto porque, ao contrário dos outros
modelos, eles se basearam em uma grande gama de tecnologias, e não
apenas em uma - por exemplo, a Lei de Moore olha apenas para os
processadores de computador.
A equipe pesquisou 26 tecnologias em seis mercados diferentes, das
lâmpadas às baterias, passando, é claro, pelos computadores e todas as
tecnologias da era da informação - a regra geral uma curva em degraus.
Exemplos das TVs
Os pesquisadores citam como exemplo o mercado de TVs. Segundo eles, o
modelo SAW poderia ter salvo uma grande empresa do declínio: a japonesa
Sony.
A Sony manteve os investimentos na tecnologia de tubo de raios
catódicos (CRT) mesmo depois que a tecnologia de telas de cristal
líquido (LCD) superou a CRT em desempenho, em 1996.
Em vez de aderir ao LCD, a Sony introduziu a série FD Trinitron/WEGA,
uma versão plana do CRT.
O CRT voltou a superar o LCD por alguns anos, mas finalmente perdeu
definitivamente a guerra em 2001.
Em contraste, aderindo ao LCD, a Samsung cresceu para se tornar a
maior fabricante mundial de TVs de alto desempenho.
A Sony, antiga líder de mercado, teve de buscar uma joint venture
com a própria Samsung, em 2006, para saltar dos tubos que afundavam.