O Twitter completa sete anos de existência, sem medo de admitir planos ambiciosos para o futuro. A empresa tem um objetivo muito claro que norteia suas ações: atingir todos os usuários do planeta, segundo o diretor-geral da empresa no Brasil, Guilherme Ribenboim.
A tarefa, obviamente, não é simples. Atualmente, a rede social possui 200 milhões de usuários ativos. Se a empresa realmente quiser atingir todo mundo, precisará aumentar em cerca de 10 vezes o número de acessos. As pesquisas divergem um pouco na contagem, mas estima-se que hoje haja 2,4 bilhões de usuários de internet no mundo, cerca de 33% da população total do planeta, segundo dados do Internet World Stats de junho passado.
De 2011 para 2012, o Twitter diz ter ganhado 100 milhões de usuários. A seguir nestes passos, a rede chegaria à marca desejada só dentro de 22 anos, sem considerar o natural crescimento da população com acesso a internet neste período. Para se ter uma ideia da dificulade de atingir todos os internautas do planeta, o Facebook, rede social dominante no planeta, concentra pouco mais de 1 bilhão de pessoas - ou menos da metade dos usuários da internet em geral.
Ribenboim ainda nega veementemente as frequentes pesquisas que sugerem queda de audiência do Twitter. Segundo ele, os institutos não estão considerando os dispositivos móveis, nos quais a plataforma viu um grande salto nos últimos tempos.
Confira a entrevista com o diretor-geral do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboim, concedida com exclusividade ao Olhar Digital:
O que se pode esperar do Twitter nos próximos 7 anos? A rede social ainda tem fôlego? O Twitter tem uma plataforma muito única e diferenciada do mercado e, por isso, temos visto um crescimento impressionante nos últimos anos. Em setembro de 2011, o Twitter tinha um número de 100 milhões de usuários ativos na rede; em dezembro de 2012, esse número já era de 200 milhões.
Em um ano, o número de usuários da plataforma dobrou, principalmente por ser aberta (qualquer pessoa pode seguir qualquer pessoa e não existem filtros entre os tweets e os recebimentos) e indexada em tempo real.
Estas duas características fazem com que o Twitter seja uma rede social muito única e com bastante capacidade para continuar crescendo. O objetivo da empresa é muito simples: uma das missões do Twitter é atingir todos os usuários do planeta.
Por que as pessoas ainda precisam do Twitter? O Twitter é a melhor plataforma para se informar em tempo real sobre o que está acontecendo. A gente sempre comenta que “o Twitter é o pulso do planeta”.
Quando alguma coisa acontece na sociedade, este assunto explode primeiro no Twitter. Quando houve o incêndio em Santa Maria, mais de 3 milhões de tweets foram trocados dentro da plataforma. Quando o Chorão morreu, rapidamente o assunto virou Trending Topics. A eleição do Papa também virou Trending Topics mundial.
A característica aberta da plataforma, que permite que eu siga qualquer um, mesmo que não seja amigo, faz com que exista um grande diferencial. Com isso, ela pode ter acesso ao comentários de pessoas sobre qualquer tema, sem que elas precisem me seguir.
Que aprendizado fica para o Twitter após estes sete anos? Acho que nós temos um caminho muito próprio. Eu sempre digo que a internet é um lugar em que você deve tomar decisões rápidas e você tem sempre múltiplos caminhos. Você sempre tem muitas alternativas para melhorar seus produtos ou ter uma estratégia de negócios diferente.
Eu acho que temos que continuar com o nosso caminho, porque temos tido sucesso. Nós temos dentro de casa todos os recursos para continuarmos crescendo. O maior aprendizado que a gente pode ter é continuar focando nos nossos pontos fortes.
Você falou em 200 milhões de usuários ativos. Quantos deles são referentes ao Brasil? Nós não falamos em números de países. Nós damos apenas estatísticas por regiões. Destes 200 milhões, 16% destes usuários estão na América Latina e a maior parte deles no Brasil. O país é um dos cinco maiores mercados do Twitter no mundo.
O Twitter abriu recentemente seu escritório. Como está sendo o início do trabalho no Brasil? Está sendo muito bacana. A recepção está sendo ótima, porque existia muita demanda reprimida e curiosidade para saber o que poderia ser feito dentro do Twitter. E o Twitter é uma "ponte" e não uma "ilha". Nós temos a possibilidade de ajudar empresas de mídia a serem mais fortes. Nós ajudamos jornais, TV, revistas e sites para que a gente possa fazer essas empresas alavancarem oportunidades no Twitter.
Do lado de desenvolvimento de negócios, temos tido uma recepção muito legal, porque as empresas nos enxergam desta maneira. Elas não olham para nós como um potencial competidor, mas como um parceiro que vai construir com elas uma oportunidade de longo prazo, para criar uma ponte entre o offline e o online.
Do lado dos anunciantes, este raciocínio também vale. Eles fazem inúmeras ações em TV e rádio ao lançarem suas campanhas e o Twitter é uma plataforma que os ajuda a fortalecer a campanha, fazendo com que as pessoas possam falar sobre na rede social e amplificar esta mensagem
Muito se tem falado sobre a experiência de segunda tela do Twitter. Como vocês enxergam esta oportunidade no Brasil? Esta é uma tendência mundial. A plataforma do Twitter, por trazer conversação em tempo real, permite que as pessoas assistam à TV e comentem sobre o programa, o que transforma a experiência e faz com que a TV fique muito diferente. A gente acredita que a TV faz o Twitter melhor e o Twitter faz a TV melhor.
No ano passado, os maiores picos de utilização do Twitter foram relacionados a eventos que aconteciam na televisão e transmitidos ao vivo. Esta também é uma tendência no Brasil e vamos trabalhar para desenvolver isso ao longo do tempo.
Olhar Digital