Desde o início dos anos 1990, quando a internet começou a chegar ao usuário
comum até hoje, muito mudou a forma como se utiliza a rede. Dos PCs, ao advento
dos smartphones, muito foi alterado, mas o ritmo das transformações só está
começando a acelerar, afirma o pesquisador e professor da USP Luli Radfahrer.
A mudança mais radical prevista pelo pesquisador diz respeito a um dos produtos
mais cobiçados pelos consumidores atualmente: o celular. O pesquisador vê o
aparelho como antinatural, por mais que ele tenha se popularizado como principal
dispositivo de acesso à internet móvel do mundo.
“A ideia do celular é antinatural”, afirma Radfahrer. Ele explica que além de
pouco higiênico, o dispositivo “é um pedaço de vidro que a pessoa carrega no
bolso”.
O futuro do consumo de conteúdo, para o professor da USP, reside nos tablets,
que se assemelham muito mais a revistas e livros, que sempre foram carregados
pela humanidade, ponderou durante a BITS (Business IT South America).
O pesquisador vê a sociedade passando pelo início de uma época de mudanças
tecnológicas exponenciais. E uma destas mudanças é a forma como encaramos a
internet, que se tornará cada vez mais transparente e intangível, integrada à
vida cotidiana.
“A rede será quase invisível. Se você acha demais ter seis ou sete pontos de
acesso em casa, em breve você terá seis ou sete pontos de acesso só na sua
roupa!”, afirma Radfahrer, que já acompanha a evolução da internet desde 1994 e
é um entusiasta das mudanças tecnológicas.
O futuro do acesso à internet passa pelas tecnologias “usáveis”, como o Google
Glass e os tão especulados relógios inteligentes, como ele espera. E com isso,
também será ampliado ainda mais a quantidade de dados gerados pelas pessoas. E,
com isso, novas oportunidades de negócio.
“Dinheiro é informação, e informação gera dinheiro”, conta o pesquisador. O Big
Data, recurso de análise de grande volumes de dados, pode e deve ser cada vez
mais utilizado por empresas para conhecerem melhor seus clientes, seus hábitos,
gostos e prever seus movimentos.
Olhar Digital