O Google anunciou nesta quinta-feira que vai abrir um laboratório, em parceria com a NASA, para estudar computação quântica - e com um computador quântico. No Quantum Artificial Intelligence Lab, no centro de pesquisa Ames da agência espacial americana, essa e o gigante das buscas, junto com universidades associadas a uma ONG de pesquisas especiais, vão trabalhar com o D-Wave Two, um computador de 512-qubit. As informações são da Wired.
A computação quântica se destaca pela capacidade de processamento, algo que poderia ser muito útil ao Google para melhorar seus sistemas de inteligência artificial, como a busca por voz e o reconhecimento de imagens, serviços que Mountain View já desenvolveu mas que consomem uma imensa capacidade computacional.
Computadores quânticos usam física quântica para quebrar o paradigma binário do processamento da máquina, e em vez de bits binários usar qubits, que podem ao mesmo tempo representar muitos mais valores.
"Acreditamos que a computação quântica pode ajudar a resolver alguns dos mais desafiadores problemas da ciência da computação, especialmente em termos de aprendizado", escreveu o diretor de Engenharia do Google, Hartmut Neven, no post que anuncia a abertura do laboratório. "Aprendizado de máquinas é basicamente construir modelos melhores do mundo para fazer previsões mais precisas."
A empresa que está construindo o computador, a D-Wave, tem feito uma abordagem um pouco diferenciada da computação quântica - o que levou ao ceticismo de alguns críticos. Isso porque ela escolheu tentar construir o computador com o modelo adiabático, enquanto quase toda a comunidade que pesquisa o tema acredita que o modelo 'portão' é melhor. Mas uma pesquisa desta semana da faculdade de Amherst mostrou que, em testes com certas tarefas, o computador quântico da companhia funciona bem.
Além das questões sobre a construção do computador, pesa ainda que é difícil criar algoritmos capazes de tirar vantagem das propriedades únicas que o qubits oferecem. O Google, no entanto, diz que já progrediu nesse aspecto. "Já criamos alguns algoritmos de aprendizado de máquinas quânticas. Um produz reconhecedores muito compactos e eficientes - muito úteis quando você tem pouca energia elétrica disponível, como em um dispositivo móvel", descreve Neven no blog.
O Google ainda tem a intenção de misturar a computação quântica com a tradicional. Além disso, o gigante das buscas afirma que o laboratório será aberto a pesquisadores de todo mundo.
Terra Informatica