Estudando o que restou de explosões cósmicas gigantescas, conhecidas como supernovas, duas equipes de astrônomos anunciaram duas descobertas marcantes na edição desta semana da revista Science.
A primeira descoberta é histórica, sendo a primeira vez que se detecta uma molécula contendo um gás nobre no espaço.
A segunda foi o rastreamento da formação do elemento fósforo, um dos seis elementos essenciais para a vida como a conhecemos.
Mike Barlow e seus colegas da Universidade College de Londres usaram o telescópio espacial Herschel para analisar as características espectrais da nebulosa do Caranguejo.
O que eles estavam estudando são os restos de uma estrela, que tinha de 8 a 16 vezes a massa do Sol, e que explodiu por volta do ano 1054.
A equipe encontrou sinais do hidreto ionizado de argônio - 36ARH+ - espalhados por toda a nebulosa, confirmando uma teoria de longa data que o isótopo 36 do argônio se origina no coração de supernovas muito intensas.
A maioria dos elementos químicos do universo é produzida nas estrelas. Mas, como os elementos mais pesados não poderiam ser formados em condições de temperatura e pressão estelares normais, acredita-se eles sejam produzidos quando as estrelas explodem.
Elemento da vida
Um outro estudo, realizado por Bon-Chul Koo e seus colegas da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, identificou uma quantidade significativa de fósforo em Cassiopeia A.
Trata-se de outra supernova, mas, neste caso, o mais novo registro confirmado de colapso de uma estrela na nossa galáxia.
Os pesquisadores usaram telescópios terrestres para verificar que a relação de fósforo e ferro-56 é 100 vezes maior em Cassiopeia A do que na Via Láctea, sugerindo que o fósforo tenha sido produzido na supernova.
Até agora, os astrônomos só haviam observado a origem dos outros cinco elementos de sustentação da vida (hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio e enxofre).
Agora, eles podem adicionar o fósforo para essa lista, reforçando o ditado de que somos realmente poeira de estrelas.
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