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Infoworkers:
eles não conhecem o desemprego
ALESSANDRO
BARBOSA LIMA*
Para os profissionais que combinam perfil empreendedor e experiência em
tecnologias da informação, o trabalho a distância com uso massivo da Internet
é uma das formas de contornar o desemprego.
O indiano Ashwin Iddya lançou
um e-book
em inglês sobre como usar links patrocinados em sites como Google e a partir daí
começou a receber vários pedidos de empresas, principalmente americanas, para
gerenciar suas campanhas no engenho de busca. Desempregado desde que a empresa
pontocom em que trabalhava faliu, Iddya usa a Web em sua cidade natal, Bangalore,
na Índia, como principal ferramenta de trabalho para gerenciar as campanhas
on-line de empresas de todo o mundo.
No Brasil, em Recife, Jairson
Vitorino prepara o lançamento de um portal de educação a distância, o
Univirtus, que irá oferecer cursos de extensão a distância para todo o Brasil
através da Internet. Vitorino usa a própria Internet para recrutar
professores, criar cursos e gerenciar a equipe de profissionais que trabalham no
desenvolvimento do portal.
Em Portugal, o empreendedor
Miguel Monteiro costuma usar incessantemente as mensagens curtas do seu celular
para gerenciar projetos e comunicar decisões aos gerentes de equipe de suas
duas empresas, a Chip7 e a Seara. Muitas vezes Monteiro faz isso de Londres,
onde costuma passar pelo menos uma semana por mês.
Na Austrália, o americano
David Wall, escritor e consultor em tecnologia, necessita contratar em algumas
horas um engenheiro de software para um projeto de consultoria. Ele usa um
comunicador instantâneo, faz uma videoconferência com um profissional que mora
em Recife e horas depois recebe as informações que precisava. Usando a própria
Internet, Wall faz o pagamento do profissional.
O que há em comum entre Iddya,
Vitorino, Monteiro e Wall? Todos são infoworkers, ou "trabalhadores da
informação" numa tradução literal do inglês, ou seja, profissionais de
várias áreas que usam massivamente a tecnologia da informação para se
comunicar e, principalmente, para trabalhar e gerar riqueza.
No mundo dos infoworkers
desemprego não existe. O perfil do infoworker normalmente é de um
empreendedor, conhecedor avançado das ferramentas baseadas em Tecnologia da
Informação e hard user da Internet, além de leitor voraz de jornais
e revistas on-line. A maioria dos infoworkers nunca teve um emprego fixo, ou
pelo menos um emprego convencional e fala pelo menos uma língua estrangeira,
geralmente o inglês.
Eles não trabalham pensando
num expediente de 40h semanais, mas em projetos. Criam e desenvolvem projetos e
respeitam prazos, trabalhando até mais do que as 40h por semana, mas em horários
e locais pouco convencionais. Normalmente trabalham em qualquer lugar onde
exista uma conexão à Internet. Ou seja, derrubaram literalmente as paredes de
seus escritórios. No Brasil, a maioria dos infoworkers trabalha em casa,
principalmente por conta da violência e da falta de infra-estrutura de conexão
em locais públicos. Mas nos EUA é possível encontrar levas de infoworkers em
cafés, por exemplo, com seus notebooks conectados usando uma conexão sem fio,
como Wi-Fi. Dos infoworkers citados nesta matéria apenas Monteiro possui um
escritório fixo, principalmente devido ao número de colaboradores que
gerencia.Outra característica: gostam tanto do que fazem que não separam muito
o lazer do trabalho.
O infoworker usa todas as
ferramentas disponíveis na Internet, como engenhos de busca, comunicadores
instantâneos, softwares de troca de arquivos, FTP, de gestão de contatos,
dependendo da sua profissão. Mas certamente os softwares mais usados pelos
infoworkers são os comunicadores instantâneos.
Estudo publicado recentemente
pelo Yankee Group nos EUA aponta que o crescimento anual da utilização de
comunicadores instantâneos das marcas líderes no mercado (AOL, MSN, ICQ, etc)
teve uma variação entre 46% e 100% entre os consumidores e empresas privadas.
O Yahoo!, por exemplo, viu o tráfego de mensagens crescer 25% em um ano,
chegando a uma média de 700 milhões de mensagens trocadas diariamente apenas
em seu comunicador.
Por trás dos números está
uma constatação e um cenário para o futuro. A constatação é que o
teletrabalho ou o trabalho a distância, principalmente dos infoworkers, está
impulsionando o crescimento do uso dos Comunicadores Instantâneos,
principalmente nas grandes e médias empresas. O cenário para o futuro, que as
empresas de software desta área propõem, é: criar novos produtos, mais avançados
e versões pagas dos seus comunicadores instantâneos para uso corporativo.
Nos EUA, cogita-se que a
Microsoft poderia lançar um produto de telefonia na Internet baseado em seu
comunicador Messenger.
Um infoworker ou um
"trabalhador da informação", numa tradução literal, pode trabalhar
em qualquer profissão na qual a informação seja moeda de troca, gerando
riqueza em qualquer lugar do mundo. Conheça alguns serviços que um infoworker
pode prestar com a Web:
- Ser colaborador de jornais e
revistas e enviar matérias e fotos por e-mail de qualquer lugar do mundo.
- Ser profissional de segurança
e analisar a vulnerabilidade de sites e softwares baseados na Internet.
- Ser Web designer e prestar
serviço a distância para empresas de todo o Brasil.
- Ser professor, criar e
comercializar cursos a distância.
- Ser escritor.
- Prospectar negócios usando
a Web em qualquer área.
- Dar suporte a usuários
Internet principalmente com problemas de manutenção, vírus etc.
Se você tem dúvidas sobre
Webmarketing e como promover idéias, produtos e serviços na Internet, mande-as
para esta coluna. A partir da próxima edição responderemos às melhores
perguntas neste espaço.
*Alessandro
Barbosa Lima é consultor de marketing em meios eletrônicos e autor do livro E-LIFE
- Idéias Vencedoras para Marketing e Promoção na Web.
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