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Empresa
desenvolve chip de débito implantável
Uma empresa da Flórida
anunciou planos para desenvolver um serviço com o qual os consumidores poderão
pagar suas compras usando microchips implantados sob a pele. O CEO da Applied
Digital Solutions, Scott Silverman, acredita que o implante VeriChip,
fabricado pela companhia, pode um dia vir a substituir os cartões de crédito.
Pelos planos de Silverman, em vez de usar o cartão bancário para fazer
compras, os usuários do VeriChip terão seus corpos escaneados por leitores
especiais.
Embora a idéia de usar um
biochip como cartão de crédito implantável possa parecer saída de um episódio
de Arquivo X, transações financeiras feitas com sinais de rádio já
são comuns em algumas áreas. O serviço Speedpass,
da ExxonMobil, por exemplo, oferece ao usuário um chaveiro contendo um
microchip ligado ao seu cartão de crédito. Os usuários passam o chaveiro
diante das bombas de combustível e a compra é descontada no cartão de crédito
dentro de segundos. Recentemente, mais de 400 lanchonetes da rede McDonald's
na região de Chicago começaram a usar o sistema Speedpass para permitir aos
seus clientes uma forma mais conveniente de pagar por hambúrgueres e fritas.
Enquanto isso, a MasterCard
testa um catão com tecnologia RFID (identificação por radiofreqüência)
chamado PayPass. Como o
Speedpass, o cartão usa a tecnologia para acessar as informações
financeiras do usuário e eliminar a necessidade de assinaturas ou interação
com atendentes. Numa entrevista
ao jornal USA Today semana passada, um executivo da MasterCard disse
que a empresa está avaliando a possibilidade de integrar sua tecnologia de
RFID em outros objetos, como canetas ou brincos. "Em última análise,
isto poderia ser embutido em qualquer coisa - algum dia, quem sabe, até sob a
pele", disse o executivo.
É aí que entra o pessoal do
VeriChip. Jóias ou canetas contendo microchips podem ser facilmente perdidas
ou roubadas, mas seres humanos com implantes digitais são bem mais seguros.
"Somos os únicos a oferecer tecnologia implantável de identificação",
disse Silverman, que anunciou seu serviço VeriPay na última sexta-feira,
durante um discurso na feira ID World 2003, realizada em Paris.
"Acreditamos que o mercado vai evoluir e adotar nosso produto".
Embora reconheça que um
produto acabado só deve estar disponível dentro de alguns anos, Silverman
convidou bancos e companhias de cartão de crédito para trabalhar com sua
empresa no desenvolvimento das aplicações comerciais do VeriPay. Num futuro
próximo, disse ele, o chip poderá ser usado como um sistema adicional
antifraude. Os usuários de caixas eletrônicos fornecerão sua senha bancária
e serão escaneados, por exemplo.
Richard
M. Smith, consultor de privacidade e segurança, diz que um dos maiores
obstáculos para a implantação do sistema pode ser a cautela dos possíveis
usuários. "O VeriPay vai oferecer conveniência com os cartões RFID,
mas acho que a maioria das pessoas vai ficar assustada com a idéia de ter um
radiotransmissor dentro de seus corpos", disse Smith.
A Applied Digital Solutions
atraiu críticas de grupos fundamentalistas cristãos segundo os quais o
VeriChip é a "marca da Besta" descrita na tradição bíblica.
Segundo o livro do Apocalipse, Satanás um dia vai convencer as pessoas a
receberem uma "marca" em suas mãos para comprar e vender.
"Este é um passo gigantesco na direção da marca da Besta", disse
Gary Wolscheid, cujo site
acompanha o que muitas correntes religiosas acreditam ser os sinais do fim do
mundo. Ele está entre as dezenas de sites da Web que relacionam o VeriChip às
profecias apocalípticas.
Representantes da Applied
Digital dizem que tais preocupações não têm fundamento, uma vez que as
pessoas são implantadas voluntariamente. O VeriPay é um dos vários serviços
lançados pela companhia para promover seus implantes eletrônicos. A empresa
também o utiliza num serviço anti-seqüestro (VeriKid), num sistema de
identificação de emergência (VeriMed) e como tecnologia de segurança para
controlar o acesso a prédios protegidos (VeriGuard).
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