As
vozes que não ouvimos
Alessandro
Barbosa Lima*
Ouço vozes. Não, não ingeri nenhuma substância alucinógena. Estas
vozes vêm da Internet. E me falam de experiências, vivências. Estas
vozes se espalham por e-mail, em fóruns online e agora mais do que nunca
em pequenos sites pessoais, facilmente atualizáveis, chamados de blogs.
Estas vozes não estão
isoladas. Elas se comunicam entre sim, trocam experiências e mantém laços
estreitos. Por trás das vozes estão pessoas, mas também consumidores de
produtos e serviços.
A publicidade vende
"experiências" e estas pessoas relatam suas experiências com
celulares, bares, restaurantes, tênis novo, carro novo, impressoras,
palms, comidas enlatadas, ou seja, tudo o que faz parte de suas vidas.
E estas vozes estão aqui
na Internet, bem perto dos nossos olhos.
A Publicidade vive uma
das suas maiores crises no mundo todo. Crise de clientes; cai o
investimento em campanhas e ações massivas nos meios de Comunicação, e
Crise de Credibilidade; cada vez se investe mais para se ter cada vez
menos retorno.
Publicitários e
Comunicadores (eu me incluo) não freqüentam o ponto de venda. Lá, nas
lojas, na vida real, estão as pessoas por trás das vozes que circulam
pela Internet. Nós que odiamos o ponto de venda, mas queremos vender para
as pessoas que estão lá, podemos prestar um pouco mais de atenção às
vozes da Internet, aos comentários de blogs, que ao contrário do que
erroneamente é divulgado pela Imprensa, não são diários online. Blogs
são sites pessoais, individuais ou coletivos, e cuja revolução está não
em ser um site pessoal (isso já existia em 1995), mas em ser um site
pessoal para quem não entende nem quer entender nada de "tecnologia
Web para atualização de sites pessoais".
As vozes dos internautas
podem nos mostrar coisas como:
1. O que os usuários estão
comprando e que características de produtos e serviços eles mais
valorizam;
2. A experiência de uso
do consumidor com o produto ou serviços, no pós-compra;
3. O potencial
influenciador do consumidor que comenta sobre um produto ou serviço. Ao
medir o número de links para o site deste consumidor, é possível saber
a quantos outros consumidores ele tem capacidade de influenciar.
4. Que outros produtos ou
serviços o consumidor daquele item específico tem interesse;
5. E claro, o perfil sócio-psicológico
daquele consumidor. É natural que os internautas exponham aspectos de
suas vidas pessoais em blogs e sites pessoais.
Ouvir vozes na Internet
sobre a experiência com produtos e serviços não requer muito, apenas
tecnologia trivial e um pouco de vontade. A Amazon investiu em um chat.
Não, a Amazon não quer
criar um bate-papo online para mostrar banners de produtos e serviços. A
Amazon descobriu o óbvio: no ponto de venda, ouvimos vozes e damos vozes
às nossas experiências com produtos e serviços. As vozes no chat da
Amazon podem ajudar a empresa a identificar que questões influenciam a
decisão de compra do internauta.
Se você ouve vozes como
eu, mande-me um e-mail
ou veja o que falo sobre o assunto blogs no meu livro.
Pessoal, precisamos começar
a preparar alguma festa de despedida para o pop-up. Realmente ele está em
seus derradeiros dias. Primeiro a Barra de Ferramentas do Google que
colocava a disposição um bloqueador destas janelinhas. E agora a
Microsoft anuncia que o próximo Internet Explorer poderá bloquear
pop-ups também. Outros browsers já ofereciam o mimo, como Netscape,
Opera e Mozilla. Mas nenhum destes tem o alcance do Internet Explorer. Será
o fim das queridas (ou irritantes) janelinhas? Só o tempo dirá. Pelo
sim, pelo não, empresas antenadas já aboliram o pop-up dos seus sites.
É o caso da Construtora Tecnisa,
que eliminou os pop-ups do seu site. Se alguém resolver promover um Flash
Mob para dar adeus ao pop-up, não esqueça de me convidar.
*
Alessandro Barbosa Lima é especialista em webmarketing, autor do livro Idéias
Vencedoras para Marketing e Promoção na Web e também
escreve no seu blog.
Redação
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