China faz cruzada contra "telefonia erótica"

As autoridades chinesas iniciaram uma campanha nacional contra os serviços de "telefonia erótica", ampliando assim a luta "popular" contra a pornografia na internet iniciada no mês passado, informou hoje a imprensa local.

"Alguns criminosos aproveitaram o rápido desenvolvimento dos serviços de telefonia pagos para espalhar informação obscena e inclusive promover a prostituição", denunciou Wang Xudong, ministro da Indústria da Informação.

Membros de vários ministérios e do departamento de propaganda do Partido Comunista participam dessa nova campanha, destinada a "fechar todas as operadoras de telefonia erótica do país e castigar severamente as organizações responsáveis", segundo a agência de imprensa oficial Xinhua.

A campanha, que será realizada em todo o país até o final de setembro, propiciará um "mecanismo de supervisão e regulamentação a longo prazo" do mercado de telefonia paga. O ministro Wang disse que esses serviços de "sexo por telefone" "afetam a moral social e põem em perigo especialmente os jovens do país", publica o jornal China Daily.

O correto desenvolvimento físico e moral dos 367 milhões de chineses menores de 18 anos -acrescenta o jornal- também é o principal motivo da campanha popular contra a prostituição e o sexo na internet, implementada pelas autoridades em julho. Até agora, 700 sites chineses foram fechados ou bloqueados e 329 pessoas foram detidas por oferecer ou comercializar imagens, vídeos, artigos e outros produtos pornográficos na internet, segundo números oficiais.

Por enquanto, apenas uma condenação chegou ao conhecimento da imprensa local, a de uma mulher que deverá cumprir quatro anos de prisão por divulgar imagens de jovens que faziam "strip-tease" em troca de assinatura de um site a US$ 72 por mês.

As campanhas contra a pornografia e o sexo foram exigidas pelas associações de pais de alunos e professores de colégios, que também forçaram o fechamento, desde fevereiro, de mais de 8 mil cibercafés que autorizavam a entrada de menores de 18 anos.

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou que a pornografia é apenas uma desculpa para fechar sites dedicados a temas delicados, como o Tibete ou os Direitos Humanos, que não são acessíveis da China.
 
EFE

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