Versatilidade
justifica o preço de scanner da Epson
ANDRÉ CARLOS PONCE DE LEON
especial para a Folha de S.Paulo
Os scanners tiveram uma grande redução de preço nos últimos anos. Também
houve um salto na qualidade e na quantidade de recursos disponíveis. O scanner
Epson Perfection 1670 apresenta funções que permitem fácil captura e manipulação
de imagens.
Ele possui um painel frontal com quatro botões de atalho: um para escanear, um
para enviar por e-mail imagens digitalizadas, um para copiar imagens e o último
para compartilhar imagens.
O preço sugerido para venda no Brasil é R$ 1.189. Esse custo, bem mais alto do
que o de scanners básicos (que chegam a custar menos de R$ 300), justifica-se
pela grande quantidade de recursos do Perfection 1670. Seja como for, vale a
pena mencionar que, nos Estados Unidos, encontra-se a mesma máquina por US$ 99.
Entre os programas fornecidos com o Perfection 1670, os principais são o Epson
Scan, o Epson Smart Panel e o ArcSoft PhotoImpression. O primeiro serve para
escanear documentos e traz uma função interessante: permite a digitalização
em etapas de documentos que não caibam na bandeja do Perfection 1670.
O Epson Smart Panel é um painel de controle. Com ele, é possível digitalizar
e enviar dados diretamente para outro programa, para o site de compartilhamento
de fotografias da Epson ou para um micro de mão. O PhotoImpression serve para
retocar fotos, redimensionar imagens, manipular textos e adicionar efeitos.
O Perfection 1670 faz reconhecimento óptico de caracteres (OCR), ou seja,
transforma documentos impressos em arquivos que podem ser editados em programas
como o Microsoft Word. O programa de OCR fornecido com o produto é o Finereader
Sprint 5.0, que possui uma interface simples e direta.
Instalação
O Perfection 1670 possui várias características úteis, das quais podem ser
destacadas a restauração de fotografias (Easy Photo Fix), a tecnologia para
detecção e eliminação de poeira das imagens durante a digitalização e um
adaptador opcional para slides e tiras de filme de 35 mm.
O Easy Photo Fix é automático e não introduziu distorções nas fotos
utilizadas. É utilizado principalmente para reduzir descoloração e melhorar a
qualidade da imagem escaneada a partir de slides e negativos.
O processo de instalação é muito simples, tendo sido realizado sem
dificuldades.
O scanner pode ser instalado e utilizado em quatro línguas: português (de
Portugal), inglês, francês e espanhol. Quatro CDs de instalação são
fornecidos com o scanner, um para cada língua.
O manual de referência do scanner é digital, podendo ser acessado por um
browser. Ele é exibido na mesma língua utilizada para a instalação do
scanner.
Deve ser observado que, no manual em português, existem textos em português
misturados com textos em inglês. Embora o fornecimento de manuais em mídias
digitais seja uma tendência, um manual impresso faz falta.
Desempenho
No modo de digitalização automática, o scanner, quando não estava aquecido,
demorou 85 segundos para escanear uma imagem monocromática do tamanho A4
(incluindo o tempo de aquecimento).
Aquecido, demorou 40 segundos para escanear a mesma imagem e 45 segundos para
digitalizar uma imagem colorida do mesmo tamanho. As imagens utilizadas
misturavam textos com fotografias. Utilizando uma imagem monocromática com
texto apenas, o tempo de escaneamento foi de 25 segundos.
A utilização da opção de OCR para imagem monocromática com texto apenas
levou 40 segundos para gerar o arquivo em um formato editável. O texto gerado
apresentava poucos erros --menos de 5%.
A opção de cartões de visita permite que até dois cartões sejam cadastrados
por vez. Nos testes realizados, ela demorou cerca de 40 segundos para ser
completada, e o resultado final foi muito bom.
O scanner, que foi testado num micro com interface USB 1.1, consumiu de 15% a
25% da capacidade de processamento do PC, o que é aceitável, mas houve picos
de até dez segundos em que quase 100% da potência do chip foi exigida.
Tecnologia
Scanners são equipamentos para leitura óptica que convertem imagens impressas
em arquivos digitais, permitindo que sejam manipuladas por programas de
computador. Exemplos de imagens freqüentemente digitalizadas são fotografias,
desenhos e documentos com textos.
Existem vários tipos de scanner no mercado, utilizando diferentes tecnologias.
Todos têm o mesmo princípio: a utilização do reflexo da imagem quando
iluminada por uma luz. O reflexo da imagem é capturado por um sensor que
transforma a imagem para o formato digital.
Dois tipos de tecnologia são freqüentemente utilizados para a captura de
imagens: sensores CCD (dispositivo de cargas acopladas) e sensores CIS (sensor
de imagem por contato).
Os sensores CCD são mais antigos e apresentam melhor desempenho. Nesses
dispositivos, a captura da imagem é realizada por lentes óticas, que funcionam
como as lentes de boas câmeras, e por um sistema de espelhos que focaliza a
imagem nas células CCD. Geralmente os scanners CCD são maiores, mais pesados,
mais caros e mais sensíveis.
A tecnologia CIS, mais recente, está ganhando espaço. Menores, mais leves,
mais baratos e menos sensíveis, os sensores CIS capturam imagens por meio de
elementos digitais, chamados LEDs (diodos de emissão de luz). Assim, o processo
de captura de imagens é completamente digital.
O Perfection 1670 emprega a tecnologia CCD.
A resolução de um scanner é medida em dpi (pontos por polegada). A maioria
dos scanners atuais atinge 600 ou 1.200 dpi.
Para escanear fotografias, 300 dpi é suficiente. Documentos artísticos podem
ser escaneados com 600 dpi. Resoluções acima de 1.200 dpi podem servir à
digitalização de filmes fotográficos.
A resolução pode ser aumentada por interpolação. Esse processo, que é feito
pelo software do scanner, permite que as imagens sofram maior ampliação sem
que sua malha de pontos se torne visível, mas é um processo artificial que não
aumenta a verdadeira resolução da imagem.
Conclusão
Pela quantidade de recursos disponíveis e pela boa qualidade obtida no
escaneamento de fotografias, o Perfection 1670 apresenta uma boa relação
custo-benefício. Sua grande funcionalidade, o pequeno tamanho, a leveza e a
qualidade fazem com que ele seja uma boa aquisição para escritórios,
bibliotecas e profissionais liberais.
André Carlos Ponce de Leon F. de Carvalho é
professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP.
Doutor em engenharia eletrônica pela Universidade de Kent, Inglaterra, faz
pesquisas sobre redes neurais, algoritmos genéticos, inteligência artificial e
bioinformática.
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