Médicos
usam coração virtual para tratar bebês
Tracey Logan
A realidade virtual está ajudando médicos dinamarqueses a diagnosticar
defeitos no coração em bebês recém-nascidos. A nova técnica
transforma imagens comuns produzidas convencionalmente por técnicas de
escaneamento (como ultra-sonografia) em modelos de corações gigantes em
três dimensões, nos quais os médicos podem navegar e explorar de
qualquer ângulo.
Uma em cada 100 crianças
nasce com uma cardiopatia. Como os corações dos recém-nascidos são do
tamanho de uma ameixa, até os grandes especialistas têm dificuldades
para descobrir a natureza de algumas das cardiopatias. O sistema de
realidade virtual ajuda no diagnóstico, eliminando uma parte do trabalho
de sensibilidade dos médicos.
Defeitos
O cirurgião infantil Ole Kromann Hansen tem utilizado o sistema em caráter
experimental com seus pacientes no Hospital Universitário Aarhus. Hansen
disse à BBC que toda a equipe pode ver o coração de uma só vez e
discutir o problema sabendo que o diagnóstico foi feito com todos os médicos
vendo o coração do mesmo ângulo.
Uma pesquisa publicada na
revista Circulation no mês de julho afirma que as imagens em realidade
virtual podem destacar defeitos congênitos que poderiam facilmente passar
despercebidos por médicos estudando mapeamentos feitos por scans normais.
O sistema também permite
que o médico reverta a imagem em três dimensões ao scan original, em
duas. O desenvolvimento da técnica foi realizado em colaboração com o
centro para Visualização e Interatividade da Universidade Aarhus.
O próximo passo será
permitir que cirurgiões como Hansen possam praticar as operações
planejadas em seus pequenos pacientes. Por enquanto, o cirurgião ressalta
outras vantagens das imagens virtuais do coração dos bebês.
"É difícil
explicar aos pais que tipo de defeito de coração o seu filho tem",
explica o médico. "Às vezes, o problema é bastante complicado e a
imagem em três dimensões ajuda os pais a ver e entender o funcionamento
do coração do filho."
BBC Brasil
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