EUA
usam nova tecnologia para propaganda dirigida
Grandes empresas norte-americanas estão recorrendo a sistemas digitais
para acompanhar a distribuição de publicidade em domicílios dos Estados
Unidos. Elas estão usando um sistema que muitos acreditam ser capaz de
revolucionar a publicidade da mesma forma que os códigos de barras
mudaram a maneira de se vender produtos em um mercado.
No futuro, o método
talvez permita que os anunciantes dirijam publicidade a domicílios específicos.
As quatro principais redes de televisão norte-americanas - CBS, ABC, NBC
e Fox - assinaram acordos para o uso de um novo código de 12 caracteres
que permite o rastreamento de toda publicidade.
O sistema está sendo
promovido como novo padrão para a fiscalização do setor publicitário
dos Estados Unidos, que movimenta US$ 263 bilhões ao ano, disseram as
duas organizações setoriais publicitárias que estão apoiando a
tecnologia.
Denominada Ad-ID, a nova
técnica vem sendo comparada à introdução do código individual de
produto -UPC ou código de barras- que há 30 anos mudou a maneira pela
qual as cadeias de supermercado registram e distribuem seus estoques em
todo o mundo.
O sistema Ad-ID oferece
aos anunciantes um sistema centralizado e operado via Internet que ajuda a
designar códigos individuais para seus anúncios. Mais de 100 importantes
anunciantes, bem como outras associações setoriais, endossaram a
tecnologia. A adesão das principais redes de TV aberta abre caminho para
o uso do sistema como padrão.
Os criadores do Ad-ID são
a Association of National Advertisers (ANA) e a American Association of
Advertising Agencies. "Não existe autoridade central anterior ao
sistema", disse Barbara Bacci Mirque, vice-presidente sênior da ANA,
que representa 330 grandes anunciantes norte-americanos, à Reuters.
"Agora passa a existir uma autoridade central."
Os anunciantes estavam
trabalhando na adoção de seu código analógico de oito caracteres, para
acompanhar comerciais de TV, principalmente, um sistema antiquado e
improvisado incapaz de cobrir publicidade distribuída pelos novos veículos
que vêm explodindo no mercado, como as centenas de canais de TV a cabo e
via satélite ao rádio e à Internet.
Com o Ad-ID os
anunciantes poderão ganhar a inédita capacidade de ver como seus
investimentos em propaganda afetam as vendas. Isso deve ser reforçado
ainda mais quando o varejo adotar a tecnologia de identificação via
ondas de rádio a curta distância RFID, capaz de acompanhar a movimentação
de produtos individuais dentro de uma loja, por exemplo.
Em cerca de cinco
anos, o Ad-ID e o RFID poderão ser usados de maneira conjunta, disse
Peter Sealey, professor de marketing da Universidade da Califórnia.
"Aí nós poderemos saber se o comercial chegou até o público alvo
e se ele comprou o produto também", disse Sealey.
Reuters
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