Brasileiros batem recorde de navegação em outubro
Os dados, que representam todo o país, foram levantados pelo instituto
Ipsos-Opinion, e desvendam o perfil do usuário brasileiro de
computadores e Internet sob vários aspectos, que vão desde temas ligados
à segurança até educação. A pesquisa, que será divulgada anualmente,
envolveu 8.540 residências durante os meses de agosto e setembro deste
ano.
"Nosso objetivo é oferecer dados pesquisados com metodologia
internacional, que possam ser comparados com os de outros países e
utilizados na produção de políticas públicas de inclusão digital e no
planejamento de negócios", explicou Rogério Santana, conselheiro do
CGIBr.
Os dados mostraram que apenas 24% da população do país acessou a
Internet nos últimos três meses e somente 9,6% acessa o serviço
diariamente.
Das pessoas que acessaram a rede recentemente, 41% classifica seu
objetivo como para atividades educacionais, 32% como fins pessoais e 26%
acessa a Internet por conta do trabalho. Cerca de 60% dos entrevistados
acessou a rede por meio de computador pessoal, 2% através de laptops e
21% teve acesso à Internet com a ajuda do telefone celular.
"Ficamos surpresos com o total de pessoas conectadas por meio do
aparelho celular. Isso demonstra que o celular caiu mesmo nas graças do
brasileiro, que está se adaptando bem à todas as possibilidades
disponíveis", afirma Santana.
A pesquisa CGIBr/Ipsos demonstra que 88,7% da população classificada
como classe A (com renda familiar acima dos R$ 1,8 mil) possui
computador em casa, contra 55,5% da classe B (renda entre R$ 1.001 e R$
1,8 mil), 16,1% da classe C (que ganha entre R$ 501 e R$ 1 mil) e apenas
2% das classes D e E (com renda até R$ 500).
Políticas públicas
Os dados domiciliares levantados pelo estudo CGIBr/Ipsos também
evidenciam o caminho que as políticas públicas de inclusão digital do
governo Lula estão tomando, segundo os seus coordenadores.
Quando perguntados sobre a intenção e disponibilidade financeira para
comprar um computador, somente os entrevistados das classes B e C têm
interesse e dinheiro suficiente para serem beneficiadas pelo programa PC
Conectado, por exemplo, que através de incentivos e parcerias com
fabricantes de computadores oferecerá PCs populares por R$ 1,4 mil, com
facilidades para o pagamento.
"Com a pesquisa, percebemos que as classes D e E não são sensíveis
aos programas de inclusão digital que visam baixar os preços dos
computadores", explica Clifford Young, diretor do Ipsos-Opinion. "Para
essas pessoas, principalmente os jovens dessas classes sociais, a
inclusão somente acontecerá se o governo atuar em outra frente,
intensificando o acesso à Internet nas escolas e em telecentros",
conclui Young.
A íntegra do levantamento está disponível no site do CGIBr
(www.cgi.br/releases/2005/rl-2005-07.htm).
Reuters