A China tem cerca de 300 milhões de internautas, maior contingente mundial, e há mais de 200 organizações que oferecem tratamento para distúrbios ligados ao uso excessivo, especialmente por parte de jovens que buscam um escape em relação às fortes expectativas depositadas neles por seus pais.
Muitos acampamentos para os viciados estão imbuídos de uma atmosfera militar. Os pacientes são forçados a substituir as várias horas diante do computador por atividades físicas intensas ou outros "tratamentos" mais radicais.
Em julho, a China proibiu a terapia com eletrochoques no combate ao vício da internet, depois de a imprensa noticiar que um psiquiatra havia dado choques em quase 3.000 adolescentes.
Tao Ran, diretor da primeira clínica chinesa para dependentes da internet, criticou em entrevista à Xinhua "a falta de padrões de diagnósticos e diretrizes de tratamento".
"A tragédia não é acidental. A maioria dos acampamentos de reabilitação adotam um treinamento militar, mas muitos adolescentes viciados em Internet não conseguem lidar bem com isso. Então isso vem acompanhado de conflitos e violência."