Talita Abrantes, de EXAME.com
Mais de 2,5 milhões de postos de trabalho devem ser criados até o fim do ano.
Responder a esse questionamento não é tarefa fácil. Para fazê-lo, o profissional precisa ter consciência sobre o atual estágio de sua carreira e objetivos de longo e médio prazo bem definidos.
"Ele deve fazer uma auto-análise e avaliar se a carreira pode evoluir no local em que está trabalhando no momento ou não", afirma Fábio Saad, gerente da divisão de Mercado Financeiro da consultoria Robert Half.
O ponto, segundo o consultor, é checar se as possibilidades oferecidas pela atual companhia estão alinhadas com seus planos para o futuro.
Estudo feito pela Robert Half em 13 países constatou que os brasileiros são os que mais se preocupam com a progressão da carreira dentro da empresa.
Quase 40% dos executivos ouvidos pela consultoria consideram que ter um plano de carreira bem definido dentro da empresa em que trabalham é essencial para permanecer no emprego.
Mas a busca por outro emprego sem fazer uma avaliação precisa dos próprios objetivos profissionais pode acabar em frustração e, no pior dos cenários, sérias consequências para o futuro da carreira.
No entanto, segundo o especialista, esse aspecto não pode paralisar o profissional. "Ficar preso em um posto, e não se preocupar com o seu real valor, reduz as chances de reconhecimento no mercado", afirma Fábio Saad.
O oposto também deve ser evitado. Pular de empresa em empresa, sem respeitar um período mínimo de permanência, pode ser prejudicial para a carreira no longo prazo.
Essa prática é comum entre os profissionais que estão na faixa dos 20 aos 30 anos. De acordo com outra pesquisa coordenada pela Robert Half, a média de permanência de um funcionário pertencente à chamada geração Y em uma empresa é de 3 anos.
Em alguns aspectos essa postura é benéfica para o jovem profissional. Estima-se, por exemplo, que a cada transição, ele consiga um aumento de 20% na remuneração.
No entanto, com o passar dos anos, o histórico volúvel começa a conspirar contra o profissional em processos seletivos para cargos de gestão. Esses postos exigem funcionários que se comprometam com a empresa por um longo período de tempo.
"As sucessivas mudanças podem indicar que o candidato não tem uma experiência consistente o suficiente para assumir este tipo de cargo", diz Eliane Figueiredo, diretora-presidente da Projeto RH.
Como resultado, a partir de um certo ponto da carreira, os profissionais que mudam muito de empresa têm dificuldade para crescer verticalmente.
Nesse cenário de milhares de possibilidades para revolucionar a carreira, o conselho de Eliane é não se precipitar. Avaliar as condições da empresa em que trabalha e as reais motivações para buscar um novo emprego são essenciais para a tomada de decisão.
"Mudar sempre envolve risco", diz Eliane. E, em dado momento da carreira, permanecer onde está talvez seja a melhor opção.