De acordo com Wagner Martins, diretor da Espalhe Marketing de Guerrilha e dono do Cocadaboa, o fascínio pelos virais tem uma explicação pré-histórica. “O ser humano é um animal, que desde seu surgimento, compartilha com a comunidade a informação de que um predador vem vindo. Somos, naturalmente, seres sociais”, afirma. Desde então, tudo que é novidade passou a ser motivo de compartilhamento.
Por isso, o segredo para um vídeo viral é mostrar a pura novidade. Comercial ou não, o que caracteriza um viral é que ele seja compartilhado espontâneamente. Apesar disso, há empresas que garantem um certo número de visualizações para quem quiser divulgar o seu. Edson Mackeenzy, sócio-fundador do Videolog, garante pelo menos 500 mil visualizações para qualquer vídeo hospedado no site, por 5 mil reais.
Mackeenzy provocou polêmica no palco, e foi questionado por Martins se tal estratégia realmente fazia um vídeo ser viral. “O espalhamento tem que ser espontâneo, e não fake”, disse. “A venda de audiência é uma estratégia de mídia, não viral”.
Independente da estratégia, o exemplo das bolas rolando rua abaixo, criado pela Sony, mostra que é possível fazer um viral corporativo. “Desde que seja bem feito, com conteúdo relevante e produzido por pessoas criativas, ele será divulgado espontâneamente”, acredita Wagner Fontoura, estrategista de mídias sociais da Coworkers. Para ele, o vídeo, que requeriu uma megaprodução para acontecer, pode ser ter tanta repercussão quanto a gravação “tosca” feita pelo pai e seu filho depois do dentista.
Depois das dicas de como fazer um belo vídeo, os participantes deram conselhos sobre o que fazer na situação oposta. E quando o viral acabar manchando a imagem da empresa? Todos os participantes concordaram: o jeito é sentar e chorar. E depois, levantar a cabeça e tentar fazer outro melhor. “O consolo é que tanto os virais de sucesso quanto os ruins são esquecidos em pouco tempo. Quanto mais rápido ele é divulgado, mais rápido é esquecido”, lembrou Martins.